História das infecções – Edward Tonelli

    História das Infecções

    Edward Tonelli

    Prof. Emérito e titular de Pediatria da UFMG. Membro da Academia Mineira de Medicina, presidente da Academia Brasileira de Pediatria, membro e do grupo fundador da Academia Mineira de Pediatria.

    “Nada sabe sobre sua arte, aquele que desconhece a sua própria história- Goethe”

    Introdução – Os primeiros seres vivos foram as bactérias, que surgiram, há aproximadamente, 3,5 a 3,8 bilhões de anos, conforme indícios observados em fósseis na Austrália e Groenlândia. Já o ancestral mais próximo do ser humano é o Australopithecus – Lucy – fóssil de 3,4 milhões de anos, que foi encontrado na Etiópia, por D. Johanson e sua equipe, em 1974. Após Lucy, em sequência, surgiu o Homo habilis, que existiu no período entre 3 milhões e 1.700.00 anos a.C, quando apareceu o Homo erectus, tendo este sobrevivido até cerca de 200.00 anos a.C. A seguir, o Homo sapiens, que persiste até os dias atuais. Não há registro de infecções em seres humanos, até cerca de 10.0000 a.C. ocasião em que ocorreu a revolução agrícola. As primeiras civilizações datam de aproximadamente 6.000 anos a.C., como os sumérios, na Mesopotâmia, que criaram a escrita , 3.500 anos a.C. Os primeiros registros de infecções, segundo diferentes relatos, em seres humanos, começam a aparecer, como mal de Pott – homem de Heideberg – 7.000 a.C , a hanseníase no Egito , cerca de 2000 anos a.C e, na Babilônia, na época de Hamurabi , 1.800 a.C . Quanto a peste, surgiu também na Babilônia, cerca de 1.000 anos a. C . Em múmias egípcias foram encontrados ovos de Schistosoma, cerca de 2.000 anos a.C.
    São impressionantes os registros sobre a peste, na idade média, quando foram dizimados cerca de 2/3 da população de alguns países da Europa. Da mesma forma, as epidemias de varíola foram muito temidas, até à introdução da primeira vacina para o ser humano, a vacina antivariólica, por Jenner, em 1796. O tifo exantemático teve papel importante na guerra dos trinta anos, na Europa, chegando mesmo a impedir determinada batalha, em decorrência da gravidade da doença nas tropas. Ademais, acometeu seriamente o exército de Napoleão, por ocasião da guerra contra a Rússia. em 1812. A epidemia de meningite meningocócica que grassou pelo Brasil, no período de 1972 a 1975 foi uma das maiores, no gênero, da história da humanidade.
    No Brasil, os três primeiros livros ou tratados de medicina, foram de autores portugueses, que trabalharam em nosso país, com belas abordagens sobre doenças infecciosas existentes no país. Em 1683, Simão Pinheiro Mourão, que trabalhou em Pernambuco, publicou em Lisboa, na Oficina João Galrao, o interessante “Tratado Único das Bexigas e Sarampo”. Em 1.694, João Ferreira da Rosa, que também militou em Pernambuco, publicou em Lisboa, em 1694, o notável livro sobre febre amarela, intitulado ” Tratado Único da Constituição Pestilencial de Pernambuco”. Em 1735, em pleno ciclo do ouro, o médico português, Luis Gomes Ferreyra, publicou, em Lisboa, um tratado sobre as principais doenças diagnosticadas e tratadas, nas regiões das minas, em Minas Gerais, sob a denominação de “Erário Mineral”, livro de belo conteúdo e excelente exposição didática. São notáveis os 12 capítulos dessa obra, em que aborda com clareza o diagnóstico e tratamento de várias enfermidades infecciosas – verminoses, malária, infecções respiratórias, cutâneas, dentre outras. Esse livro foi reeditado pelo Centro da Memória da FMUFMG, Belo Horizonte, em 1997, em primorosa publicação de 548 páginas. Na segunda metade do século XIX, a escola tropicalista baiana trouxe belas contribuições à infectologia, tendo tido a participação de médicos estrangeiros. Oto Wucherer, português, filho de alemão e holandesa, publicou na Gazeta Médica da Bahia, registros pioneiros em duas publicações: “Opilação e anquilóstomo duodenal” – 1:27, 1886-67 e “Embriões de filária na urina”, em 15/12/1868. Interessante, também a publicação do mineiro de Paracatú, Francisco de Mello Franco, médico da corte portuguesa, que publicou 4 livros em Lisboa, sendo um deles, em 1824, sobre “Ensaios sobre as febres”.

    Contribuição das Primeiras Escolas Médicas e dos Instituto de Pesquisa Brasileiros.

    .Foram vários os pesquisadores de destaque, da equipe de Osvaldo Cruz: Carlos Chagas, Ezequiel Dias, Artur Neiva, Adolfo Lutz, Rocha Lima, Giemsa, Prowazek, Gaspar Viana, Henrique Aragão, dentre outros. Foram notáveis, as campanhas de saúde pública, contra a febre amarela, peste bubônica, varíola e malária, durante os governos Rodrigues Alves e Afonso Pena. Ademais Pirajá da Silva descobre o S. mansoni em 1908, a cercária em 1912 e registra os primeiros casos de esquistossomose mansoni, na Bahia. Carlos Chagas, em Lassance, Minas Gerais, descobre , em 1909, a tripanossomíase americana, posteriormente denominada doença de Chagas. Foram primorosas as pesquisas de Carlos Chagas sobre os diferentes aspectos da tripanossomíase americana, com contribuição singular e de alto significado sob os aspectos científico, médico e social. Carlos Chagas recebeu o prêmio Schaudin em 1912 e teve seu nome consagrado no mundo inteiro
    Durante a primeira metade do século XX, foram várias as contribuições brasileiras no campo da infectologia, com inúmeras pesquisas sobre esquistossomose, malária, toxoplasmose, calazar, doença de Chagas, paracoccidioidomicose, parasitoses intestinais, infecções do SNC, infecções bacterianas, virais, dentre outras. A contribuição brasileira foi acentuada em todos os sentidos – epidemiológicos, clínicos, diagnósticos, terapêuticos e evolutivos
    Eis a relação de vários pesquisadores, que, dentre outros, trouxeram grande contribuição às pesquisas na área das doenças infecciosas

    Pesquisadores: Osvaldo Cruz, Carlos Chagas, Gaspar Viana, Lemos Monteiro, Adolfo Lutz, Vital Brasil, Otávio Magalhães, J. Alencar, Leõnidas e Maria Deane, José Pellegrino,
    Pereira de Freitas, Emanuel Dias, Zigman Brener, Alexandre Linhares, Schatzmeyer, Giovani Gazinelli, W. Mayrink, Naftale Katz, Travassos da Rosa, Francisco Pinheiro. Pedro Vasconcelos, dentre outros.
    Parasitologistas: Samuel Pessoa, Amilcar V. Martins, Luis Rey e Davi P. Neves. Foram notáveis as contribuições de S. Pessoa e Amílcar V. Martins.
    Microbiologia – Oto Bier
    Patologistas – Luigi Bogliolo, W. L. Tafuri, Pedro Raso, Edmundo Chapadeiro, Zilton Andrade, Fritz Köeberle, Aparecida Garcia, A. Lisboa. Foram expressivas as contribuições da escola do Prof. Bogliolo, em Belo Horizonte- UFMG, de Zilton Andrade na Bahia e de Edmundo Chapadeiro, em Uberaba-MG.
    Tropicalistas-Infectologistas
    Oscar Versiani Caldeira, João Alves Meira, Rodrigues da Silva, Ricardo Veronesi, Aluisio Prata, Jayme Neves, Vicente Amato Neto, Baldi, Rodolfo Teixeira, Wiliam Barbosa, Miroslau Baransky, Rodrigues Coura, João Carlos Pinto Dias, Enio Pietra, Manoel O. da Rocha, dentre outros. Destaque especial para os professores Aluisio Prata, Jayme Neves, Rodrigues da Silva e William Barbosa pelos serviços que criaram e pelas equipes de pesquisadores que formaram. As produções científicas de Aluísio Prata e de Jayme Neves, são dignas de registro.
    Clínicos com contribuição às doenças tropicais ; Joaquim Romeu Cançado, Caio Benjamim Dias, Humberto Ferreira, Aloísio Sales da Cunha, Amauri Coutinho, José Moreira Santiago, A. Rassi, Jofre Marcondes, dentre outros.
    Pediatras Infectologistas – Álvaro Aguiar, Calil Fahrat, Edward Tonelli, Lincoln Freire, Regina M. Succi, Heliane B. Freire, Eduardo S. Carvalho,Glácuia M. Q. Andrade, Maria Aparecida Martins, Reinaldo M. Martins, João Régis, Luiz C. Rey, dentre outros.Os centros de infectologia pediátrica de Minas Gerais e de São Paulo vêm-se destacando pela investigação científica, produção de livros-textos , orientação de várias teses de mestrado e doutorado , além da formação de pessoal especializado.

    Eis a relação de alguns livros e tratados de infectologia brasileiros que vêm contribuindo com a formação médica, de profissionais da saúde pública e de infectologistas e tropicalistas em todo o país.

    – Tratado de Infectologia. Ricardo Veronesi. Guanabara. 1a ed. 1962, última ed. 2004.

    – Diagnóstico das Doenças Infectuosas e Parasitárias. Jayme Neves- Guanabara, RJ.
    1a ed. 1978, 2a ed. 1983.

    – Doenças Infectuosas e Parasitáris em Pediatria – Jayme Neves.Guanabara, RJ. 1981

    – Doenças Infecciosas na Infância.Edward Tonelli. Medsi. RJ. 1987.

    – Doenças Infecciosas na Infãncia e Adolescência – Edward Tonelli e Lincoln MS Freire. Medsi. RJ-SP-BH. 2000.

    – Manual de Infecção Hospitalar – Maria Aparecida Martins.Medsi.RJ-SP-BH..2001

    – Imunizações – Calil Farhat, Eduardo S. Carvalho, Regina C. M. Succi, Luiza H. F. Atheneu.4a ed. São Paulo. 2004.

    – Infectologia Pediátrica – Calil K. Farhat, Eduardo S. Carvalho, Regina C. M. Succi,
    – Luisa H.F. Carvalho. 3a ed. Atheneu. São Paulo. 2007.

    – Infecções Perinatais – J. Couto, Gláucia M. Q. Andrade, Edward Tonelli.Guanabara, Rio de Janeiro. 2006.

    Para finalizar, apresentamos a nossa percepção sobre os períodos da evolução da infectologia no Brasil .

    Evolução da Infectologia no Brasil
    ————————————————

    Primeiro período – 1683 a 1808 – Livros e pesquisas sobre infecções, por médicos estrangeiros, que trabalharam no Brasil

    Segundo período – 1808-1964 – Bases científicas da Infectologia brasileira Fundação de escolas médicas. Publicações de Wucherer e outros. Criação dos Institutos de Pesquisas

    Terceiro período – A partir de 1964

    Fundação da Sociedade Brasileira de Medina Tropical – Juiz de Fora – 1965
    Congressos Brasileiros de Infectologia Pediátrica – a partir de out/1978
    Fundação da Soc. Brasileira de Infectologia
    Associações e Grupos Científicos – Infecção Hospitalar e outros,
    a partir da década de oitenta.
    ——————————————————-

    Bibliografia

    1 – Heeves H, Rosnay J, Coppens Y, Simonet D. A mais bela história do mundo. Editora Vozes. Petrópolis. 1998.
    2 -Johanson D., Maitland AE. Lucy. Os primórdios da humanidade. Bertrand- ed . 1996
    3 – Margulis L, Sagan, D. O que é vida? Jorge Zahar-ed. Rio de Janeiro. 2002
    4 -Salles P. História da Medicina no Brasil. 2a ed, COOPMED. Belo Horizonte. 2004.
    5 -Tonelli E. A História da Infectologia. Conferência. Congresso Brasileiro de Infectologia Pediátrica. Foz do Iguaçu. PR. 27 a 30 de abril, 2005.
    6-Zimmer C. O livro de ouro da evolução. Ediouro-ed. Rio de Janeiro. 2003.

    História das Infecções

    Edward Tonelli

    Prof. Emérito e titular de Pediatria da UFMG. Membro da Academia Mineira
    de Medicina, presidente da Academia Brasileira de Pediatria, membro e do
    grupo fundador da Academia Mineira de Pediatria.

    “Nada sabe sobre sua arte, aquele que desconhece a sua própria história- Goethe”

    Introdução – Os primeiros seres vivos foram as bactérias, que surgiram, há aproximadamente, 3,5 a 3,8 bilhões de anos, conforme indícios observados em fósseis na Austrália e Groenlândia. Já o ancestral mais próximo do ser humano é o Australopithecus – Lucy – fóssil de 3,4 milhões de anos, que foi encontrado na Etiópia, por D. Johanson e sua equipe, em 1974. Após Lucy, em sequência, surgiu o Homo habilis, que existiu no período entre 3 milhões e 1.700.00 anos a.C, quando apareceu o Homo erectus, tendo este sobrevivido até cerca de 200.00 anos a.C. A seguir, o Homo sapiens, que persiste até os dias atuais. Não há registro de infecções em seres humanos, até cerca de 10.0000 a.C. ocasião em que ocorreu a revolução agrícola. As primeiras civilizações datam de aproximadamente 6.000 anos a.C., como os sumérios, na Mesopotâmia, que criaram a escrita , 3.500 anos a.C. Os primeiros registros de infecções, segundo diferentes relatos, em seres humanos, começam a aparecer, como mal de Pott – homem de Heideberg – 7.000 a.C , a hanseníase no Egito , cerca de 2000 anos a.C e, na Babilônia, na época de Hamurabi , 1.800 a.C . Quanto a peste, surgiu também na Babilônia, cerca de 1.000 anos a. C . Em múmias egípcias foram encontrados ovos de Schistosoma, cerca de 2.000 anos a.C.
    São impressionantes os registros sobre a peste, na idade média, quando foram dizimados cerca de 2/3 da população de alguns países da Europa. Da mesma forma, as epidemias de varíola foram muito temidas, até à introdução da primeira vacina para o ser humano, a vacina antivariólica, por Jenner, em 1796. O tifo exantemático teve papel importante na guerra dos trinta anos, na Europa, chegando mesmo a impedir determinada batalha, em decorrência da gravidade da doença nas tropas. Ademais, acometeu seriamente o exército de Napoleão, por ocasião da guerra contra a Rússia. em 1812. A epidemia de meningite meningocócica que grassou pelo Brasil, no período de 1972 a 1975 foi uma das maiores, no gênero, da história da humanidade.
    No Brasil, os três primeiros livros ou tratados de medicina, foram de autores portugueses, que trabalharam em nosso país, com belas abordagens sobre doenças infecciosas existentes no país. Em 1683, Simão Pinheiro Mourão, que trabalhou em Pernambuco, publicou em Lisboa, na Oficina João Galrao, o interessante “Tratado Único das Bexigas e Sarampo”. Em 1.694, João Ferreira da Rosa, que também militou em Pernambuco, publicou em Lisboa, em 1694, o notável livro sobre febre amarela, intitulado ” Tratado Único da Constituição Pestilencial de Pernambuco”. Em 1735, em pleno ciclo do ouro, o médico português, Luis Gomes Ferreyra, publicou, em Lisboa, um tratado sobre as principais doenças diagnosticadas e tratadas, nas regiões das minas, em Minas Gerais, sob a denominação de “Erário Mineral”, livro de belo conteúdo e excelente exposição didática. São notáveis os 12 capítulos dessa obra, em que aborda com clareza o diagnóstico e tratamento de várias enfermidades infecciosas – verminoses, malária, infecções respiratórias, cutâneas, dentre outras. Esse livro foi reeditado pelo Centro da Memória da FMUFMG, Belo Horizonte, em 1997, em primorosa publicação de 548 páginas. Na segunda metade do século XIX, a escola tropicalista baiana trouxe belas contribuições à infectologia, tendo tido a participação de médicos estrangeiros. Oto Wucherer, português, filho de alemão e holandesa, publicou na Gazeta Médica da Bahia, registros pioneiros em duas publicações: “Opilação e anquilóstomo duodenal” – 1:27, 1886-67 e “Embriões de filária na urina”, em 15/12/1868. Interessante, também a publicação do mineiro de Paracatú, Francisco de Mello Franco, médico da corte portuguesa, que publicou 4 livros em Lisboa, sendo um deles, em 1824, sobre “Ensaios sobre as febres”.

    Contribuição das Primeiras Escolas Médicas e dos Instituto de Pesquisa Brasileiros.

    .Foram vários os pesquisadores de destaque, da equipe de Osvaldo Cruz: Carlos Chagas, Ezequiel Dias, Artur Neiva, Adolfo Lutz, Rocha Lima, Giemsa, Prowazek, Gaspar Viana, Henrique Aragão, dentre outros. Foram notáveis, as campanhas de saúde pública, contra a febre amarela, peste bubônica, varíola e malária, durante os governos Rodrigues Alves e Afonso Pena. Ademais Pirajá da Silva descobre o S. mansoni em 1908, a cercária em 1912 e registra os primeiros casos de esquistossomose mansoni, na Bahia. Carlos Chagas, em Lassance, Minas Gerais, descobre , em 1909, a tripanossomíase americana, posteriormente denominada doença de Chagas. Foram primorosas as pesquisas de Carlos Chagas sobre os diferentes aspectos da tripanossomíase americana, com contribuição singular e de alto significado sob os aspectos científico, médico e social. Carlos Chagas recebeu o prêmio Schaudin em 1912 e teve seu nome consagrado no mundo inteiro
    Durante a primeira metade do século XX, foram várias as contribuições brasileiras no campo da infectologia, com inúmeras pesquisas sobre esquistossomose, malária, toxoplasmose, calazar, doença de Chagas, paracoccidioidomicose, parasitoses intestinais, infecções do SNC, infecções bacterianas, virais, dentre outras. A contribuição brasileira foi acentuada em todos os sentidos – epidemiológicos, clínicos, diagnósticos, terapêuticos e evolutivos
    Eis a relação de vários pesquisadores, que, dentre outros, trouxeram grande contribuição às pesquisas na área das doenças infecciosas

    Pesquisadores: Osvaldo Cruz, Carlos Chagas, Gaspar Viana, Lemos Monteiro, Adolfo Lutz, Vital Brasil, Otávio Magalhães, J. Alencar, Leõnidas e Maria Deane, José Pellegrino,
    Pereira de Freitas, Emanuel Dias, Zigman Brener, Alexandre Linhares, Schatzmeyer, Giovani Gazinelli, W. Mayrink, Naftale Katz, Travassos da Rosa, Francisco Pinheiro. Pedro Vasconcelos, dentre outros.
    Parasitologistas: Samuel Pessoa, Amilcar V. Martins, Luis Rey e Davi P. Neves. Foram notáveis as contribuições de S. Pessoa e Amílcar V. Martins.
    Microbiologia – Oto Bier
    Patologistas – Luigi Bogliolo, W. L. Tafuri, Pedro Raso, Edmundo Chapadeiro, Zilton Andrade, Fritz Köeberle, Aparecida Garcia, A. Lisboa. Foram expressivas as contribuições da escola do Prof. Bogliolo, em Belo Horizonte- UFMG, de Zilton Andrade na Bahia e de Edmundo Chapadeiro, em Uberaba-MG.
    Tropicalistas-Infectologistas
    Oscar Versiani Caldeira, João Alves Meira, Rodrigues da Silva, Ricardo Veronesi, Aluisio Prata, Jayme Neves, Vicente Amato Neto, Baldi, Rodolfo Teixeira, Wiliam Barbosa, Miroslau Baransky, Rodrigues Coura, João Carlos Pinto Dias, Enio Pietra, Manoel O. da Rocha, dentre outros. Destaque especial para os professores Aluisio Prata, Jayme Neves, Rodrigues da Silva e William Barbosa pelos serviços que criaram e pelas equipes de pesquisadores que formaram. As produções científicas de Aluísio Prata e de Jayme Neves, são dignas de registro.
    Clínicos com contribuição às doenças tropicais ; Joaquim Romeu Cançado, Caio Benjamim Dias, Humberto Ferreira, Aloísio Sales da Cunha, Amauri Coutinho, José Moreira Santiago, A. Rassi, Jofre Marcondes, dentre outros.
    Pediatras Infectologistas – Álvaro Aguiar, Calil Fahrat, Edward Tonelli, Lincoln Freire, Regina M. Succi, Heliane B. Freire, Eduardo S. Carvalho,Glácuia M. Q. Andrade, Maria Aparecida Martins, Reinaldo M. Martins, João Régis, Luiz C. Rey, dentre outros.Os centros de infectologia pediátrica de Minas Gerais e de São Paulo vêm-se destacando pela investigação científica, produção de livros-textos , orientação de várias teses de mestrado e doutorado , além da formação de pessoal especializado.

    Eis a relação de alguns livros e tratados de infectologia brasileiros que vêm contribuindo com a formação médica, de profissionais da saúde pública e de infectologistas e tropicalistas em todo o país.

    – Tratado de Infectologia. Ricardo Veronesi. Guanabara. 1a ed. 1962, última ed. 2004.

    – Diagnóstico das Doenças Infectuosas e Parasitárias. Jayme Neves- Guanabara, RJ.
    1a ed. 1978, 2a ed. 1983.

    – Doenças Infectuosas e Parasitáris em Pediatria – Jayme Neves.Guanabara, RJ. 1981

    – Doenças Infecciosas na Infância.Edward Tonelli. Medsi. RJ. 1987.

    – Doenças Infecciosas na Infãncia e Adolescência – Edward Tonelli e Lincoln MS Freire
    Medsi. RJ-SP-BH. 2000.

    – Manual de Infecção Hospitalar – Maria Aparecida Martins.Medsi.RJ-SP-BH..2001

    – Imunizações – Calil Farhat, Eduardo S. Carvalho, Regina C. M. Succi, Luiza H. F.
    Atheneu.4a ed. São Paulo. 2004.

    – Infectologia Pediátrica – Calil K. Farhat, Eduardo S. Carvalho, Regina C. M. Succi,
    Luisa H.F. Carvalho. 3a ed. Atheneu. São Paulo. 2007.

    – Infecções Perinatais – J. Couto, Gláucia M. Q. Andrade, Edward Tonelli.Guanabara,
    Rio de Janeiro. 2006.
    .

    Para finalizar, apresentamos a nossa percepção sobre os períodos da evolução da
    infectologia no Brasil .

    Evolução da Infectologia no Brasil
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    Primeiro período – 1683 a 1808 – Livros e pesquisas sobre infecções, por
    médicos estrangeiros, que trabalharam no Brasil

    Segundo período – 1808-1964 – Bases científicas da Infectologia brasileira
    Fundação de escolas médicas
    Publicações de Wucherer e outros
    Criação dos Institutos de Pesquisas

    Terceiro período – A partir de 1964

    Fundação da Sociedade Brasileira de Medina Tropical – Juiz de Fora – 1965
    Congressos Brasileiros de Infectologia Pediátrica – a partir de out/1978
    Fundação da Soc. Brasileira de Infectologia
    Associações e Grupos Científicos – Infecção Hospitalar e outros,
    a partir da década de oitenta.
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    Bibliografia

    1 – Heeves H, Rosnay J, Coppens Y, Simonet D. A mais bela história do mundo. Editora
    Vozes. Pertópolis. 1998.
    2 -Johanson D., Maitland AE. Lucy. Os primórdios da humanidade. Bertrand- ed . 1996
    3 – Margulis L, Sagan, D. O que é vida? Jorge Zahar-ed. Rio de Janeiro. 2002
    4 -Salles P. História da Medicina no Brasil. 2a ed, COOPMED. Belo Horizonte. 2004.
    5 -Tonelli E. A História da Infectologia. Conferência. Congresso Brasileiro de Infectologia
    Pediátrica. Foz do Iguaçu. PR. 27 a 30 de abril, 2005.
    6-Zimmer C. O livro de ouro da evolução. Ediouro-ed. Rio de Janeiro. 2003.