Início Cadeira 56 Santiago Americano Freire

Santiago Americano Freire

Ocupou a , no período de 27/12/1971 até 01/03/1997.

Nasceu Santiago Americano Freire em Nova Friburgo, Estado do Rio de Janeiro, em 1908. Estudou no Colégio Militar de Realengo. Graduou-se em medicina pela Faculdade Nacional de Medicina no Rio de Janeiro. Clinicou por certo tempo na cidade de Guarapuava, no Estado do Paraná. Desde os tempos de residente no Hospício Nacional da Praia Vermelha interessou-se
pela mente humana, mas não se sentiu atraído pela psiquiatria em função das limitações dos estudos científcos e dos recursos fnanceiros disponíveis
para os tratamentos dos pacientes e para as pesquisas naquela época.
Em 1942, conquistou a Cadeira de Farmacologia e Terapêutica Experimental na Faculdade de Medicina de Minas Gerais, em Belo Horizonte, onde trabalhou por 30 anos. Tornou-se expert em farmacologia e desenvolveu
com grande exatidão metodologia de estudos experimentais na ciência. Com seus alunos, desenvolveu estudos com diversas drogas e obteve muitos extratos ativos de plantas tropicais brasileiras.
Conseguiu conciliar seus trabalhos na Cadeira de Farmacologia com atividades clínicas como médico, tendo realizado pesquisas e elaborado conceitos no desenvolvimento das psicoses e neuroses. Apoiou a teoria do “imprinting” e dos “refl exos recondicionados” como condicionadores das síndromes neuróticas. Criou uma teoria de quatro novas neuroses, a saber: a Síndrome de Rejeição, a Neurose de Ódio, a Neurose de Insegurança Ansiedade e a Neurose dos Laços Incestuosos. Documentou seus estudos com histórias de casos de sua clínica e com casos descritos por Freud, posteriormente descritos em seu livro Neurosanálise, publicado em 1977, pela Editora da UFMG, obra que f cou muito conhecida em círculos
psicanalíticos em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.
Suas teorias foram motivo de muitas controvérsias e foram muito criticadas em círculos psiquiátricos e psicanalíticos em função de revelar conceitos contrários às teorias convencionais da época, particularmente por
apresentar metodologia para fazer uma breve análise de pacientes neuróticos em 20 a 30 minutos. Em muitos casos, dizia obter a cura de seus pacientes em semanas ou em até dois anos. Também afrmava conseguir melhora de comportamento em crianças autistas, no Instituto Pestalozzi, em colaboração com a educadora Helena Antipoff. Além do desenvolvimento de seus conceitos teóricos, seu livro contém seções sobre “técnicas para o diagnóstico precoce e terapia breve de neuroses”, somando-se a 132 referências onde baseou suas ideias.
Algum tempo depois trabalhou em novo livro: Psicoseanálise: lidando com a psicodinâmica, genética e neuroquímica da patogenia da esquizofrenia.
Apresentou o tema em conferências na AMMG e na AMM. Também fez palestras nestas instituições sobre A Origem Cósmica dos Rítmos Biológicos e Criatividade e Inconsciente de Carl Gustav Yung. Nos últimos anos de sua vida escreveu extensamente e deixou trabalhos publicados em português e inglês.
Sendo sua esposa, Ariadne, artista plástica e pintora, adquiriu profundo interesse pelas artes. Durante certo tempo, hospedou em sua casa o grande artista Alberto da Veiga Guignard, portador de problemas de saúde, como
diabetes, tendo sido também seu médico particular. Atribui-se a Santiago a estabilização da saúde de Guignard, que sempre lhe foi grato pelo período de
grande sucesso obtido como artista nesta fase fnal de sua vida. Como consequência, Santiago tornou-se pintor, tornando-se muito amigo de artistas brasileiros, como Inimá de Paula. Nesta época escreveu livro, muito bem
ilustrado, que obteve grande repercussão no Brasil e no Exterior: Harmonia cósmica na pintura de Leonardo da Vinci, publicado pela Editora da UFMG, em 1965. Nesta obra, afrma que Leonardo, antes de pintar, costumava desenhar séries de fguras geométricas a fm de obter balanço harmônico entre seu trabalho e os números encontrados na geometria do universo conhecido de
sua época, isto é, o sistema solar. Santiago descobriu que a estrutura do pentágono de Leonardo, suportado por círculos internos, obedece a uma progressão geométrica que corresponde às órbitas dos planetas do sistema
solar. Santiago deduziu sua expressão matemática e a perspectiva tridimensional a qual denominou de Filosofa Matemática no Trabalho de Leonardo.
Santiago também desenvolveu profundo interesse pela física e cosmologia. Publicou, em 1970, A Teoria da Estrutura do Campo Quântico, pela Editora da UFMG.
Em 1971, Santiago Americano Freire foi eleito para a Cadeira de número 56 da Academia Mineira de Medicina, cujo Patrono é Maximiano Octávio de Lemos e que já fora ocupada por Oscar Negrão de Lima. Faleceu em 1997.

Fonte: SANTIAGO AMERICANO FREIRE. Wikipedia. Disponível em: .

CORRÊA, A.C.O. Breve história da psiquiatria mineira. Belo Horizonte: Editora 3i, 2018, pp. 306-8.

Ocupantes da Cadeira 56

Maximiano Octávio de Lemos

01/03/1863 19/06/1925

Oscar Negrão de Lima

Posse: 22/11/1970 - 01/03/1971

Santiago Americano Freire

Posse: 27/12/1971 - 01/03/1997

Nívia Nohmi

Posse: 09/08/1983 - 01/03/2007

Roberto Carlos Duarte

Posse: 07/05/2010 - atualmente
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