Lançamento de livro – Acadêmico José Carlos Serufo: “O Almocafre – Evocações do Ciclo do Ouro”

    O Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais lançou no dia 28 de abril de 2018 o Suplemento Especial Bilíngue intitulado “O Almocafre: Evocações do Ciclo do Outro”, de autoria dos escritores, Acadêmico José Carlos Serufo e o Dr. Josemar Otaviano de Alvarenga.

    É um estudo pioneiro da literatura mundial, motivo pelo qual foi apresentado em edição bilíngue. A motivação partiu de não serem encontrados estudos, relatórios, informações, imagens sobre a origem, fabricação e o uso do almocafre no Brasil Colônia. Na atualidade, diferentemente do mercado espanhol e países de língua espanhola, a ferramenta não é frequente no cotidiano português e brasileiro.

    O modelo do almocafre encontrado à venda, em especial na Espanha e no México, sofreu mudanças impostas pelos processos da indústria moderna, adquirido leveza e se aplica à agricultura doméstica.

    Quanto ao seu registro histórico mais antigo, há referência em livro sobre a agricultura, escrito em Árabe, em Sevilha do século XII, segundo versão espanhola editada em 1802.

    Em português, face ao encontro de citação em documento cartorial, o léxico da palavra almocafre foi recentemente corrigido para 1624.

    O uso na mineração brasileira de ouro e diamantes está descrito em livro editado em 1711. A fabricação no Brasil data do século XVIII (1728-1735).

    Pode-se obter registros de sua presença nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Maranhão e Goiás.

    O almocafre está nos “Autos da Devassa da Inconfidência Mineira” (1789) quando avaliado em 400 réis. A título de comparação, um machado foi avaliado em 300 réis. Comparando-se com o valor do ouro registrado neste mesmo documento, em 1789, um almocafre valia o equivalente a 15,2 gramas de ouro. Daí se infere seu alto valor de mercado e as razões de ser incluído nos inventários e testamentos no correr dos séculos XVII e XVIII.

    Fonte: Apresentação. In: Revista do IHGMG, v.42, 2017, p. 12.