Coronavírus o que fazer?

    Coronavírus o que fazer?

    O texto “O coronavírus e a ideociência” é um alerta para com os expertos que aproveitam esses momentos para auferir grandes lucros. A exemplo do “tamifluzinho”. Ainda não estamos livres disso. Neste momento, está em curso a tentativa de lançamento de um antiviral milagroso. Alonguei este tema com o ensaio seguinte “A gripe por coronavírus: interesses e ganhos perenes”. No presente, texto e diante de uma epidemia com curso ainda indefinido, é fundamental não negligenciar, pois o clássico deve ser feito e aprendido.

    É entendível que os serviços médicos não são capazes de suportar, em tempo curto, um número elevado de casos. Isso torna fundamental a mitigação de epidemias, em particular as infectocontagiosas. Mitigar significa suavizar, atenuar, abrandar, alongar. Em palavras mais simples, deixar uma epidemia seguir seu curso em suaves prestações.

    O diagnóstico laboratorial do coronavírus está sendo feito pela moderna técnica de biologia molecular, o PCR em tempo real, não disponibilizado para outras importantes doenças. Que este seja um ganho perene!

    Ao nosso favor, o clima quente, que não é favorável ao vírus (nos nossos corrimões e metais, vita brevis) como também o alongamento e abrandamento da onda epidêmica, o que reduz os casos sintomáticos e graves. Isso porque o “sistema imune coletivo”, ao interagir com o vírus, doma-o. O coronavírus, que chegou ao Brasil, já apresenta 3 mutações genômicas em relação ao original chinês.

    E quais as medidas fundamentais a serem adotadas para conter ou minimizar os danos desta nova síndrome gripal.

    • Direcionar os serviços de saúde para a identificação precoce de casos.
    • Orientar o uso oportuno de máscara a todos os pacientes com sintomas gripais, e já na entrada dos serviços.
    • Distribuir máscaras para os profissionais de saúde, além dos pacientes com sintomas gripais e seus contatos.
    • Isolar em casa todos os pacientes com sintomas gripais e seus contatos. Orientá-los para que possam “curtir o isolamento – ler, escrever, ligar para os amigos -, mas depois fazer hora extra…”
    • Restringir viagens internacionais.
    • Suspender atividades recreativas, tais como campeonatos, shows, festas e comemorações, e mesmo evitar restaurantes, cinemas e teatros.
    • Avaliar a suspensão das aulas, caso-a-caso, com ensino a distância, via grupos de Whatsapp e atividades em domicílio.
    • Realizar reuniões virtuais – live streaming – onde apenas os palestrantes se encontram e os demais assistem confortavelmente em seus isolamentos sociais. Isso mudará definitivamente os costumes…
      • Priorizar o trabalho em casa e o ensino a distância.
    • Reduzir tudo que é possível, que é eletivo, que é adiável.
    • Limitar visitas, em especial, a hospitais.
    • Isolamento social de doentes crônicos, imunodeficientes e idosos, sem apologia aos comuns abandonos.

    É certo que vamos controlar a epidemia, uns por medo, outros pela razão. A macroeconomia se expôs e as pessoas foram atingidas em sua zona de conforto, isso mudará o mundo.

    José Carlos Serufo – Academia Mineira de Medicina