HOSPITAL GALBA VELLOSO

    MANIFESTAÇÃO DE PROTESTO

    A Academia Mineira de Medicina (AMM) vem a público MANIFESTAR seu protesto e repúdio pelo fechamento do Hospital Galba Velloso (HGV). Desde o dia 24/03/2020 quando começou a se preparar para receber possíveis casos de pessoas com Covid-19, o Hospital Galba Velloso está de “portas fechadas” para novos atendimentos psiquiátricos. A unidade de saúde mental, deixou de atender pacientes nos seus 130 leitos disponíveis e apenas 21 registram ocupação. Com a estrutura “esvaziada” pela Covid-19, funcionários temem que a interrupção do serviço provoque uma explosão no número de doentes mentais em busca de tratamento. Atualmente, em Minas Gerais existem apenas três hospitais psiquiátricos públicos, todos gerenciados pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG) que totalizam aproximadamente 220 leitos operacionais destinados a atender pacientes de todos os 853 municípios do Estado. Desse número, cerca de 60% das vagas para internação estão concentradas no Hospital Galba Velloso.
    Deve-se ressaltar que outras Instituições estão unidas nesta luta contra o fechamento deste Hospital, cujo histórico o levou a ser considerado a grande referência da Especialidade. A Psiquiatria Científica Mineira, com seu modelo Assistencial moderno, teve início neste Hospital cujo nome foi emprestado pelo grande professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFMG Galba Moss Velloso. Ele é o Patrono da Cadeira no. 23 de nossa Academia.
    Nota-se que continua havendo, lamentavelmente, um descaso com a Assistência Psiquiátrica Pública em Minas Gerais que nos últimos 30 anos teve fechados a maioria dos seus leitos. Neste momento, a justificativa é a necessidade de realocação de leitos para atender os possíveis casos de Covid-19, transferindo 21 pacientes em estado grave para o Instituto Raul Soares, de forma inadequada e desacompanhados do necessário relatório médico.

    A AMM se solidariza com a Associação Mineira de Psiquiatria (AMP), com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e com Conselho Federal de Medicina (CFM) que já enviaram às autoridades o seu protesto por este ato extemporâneo e nocivo para a Assistência Psiquiátrica Pública em Minas Gerais que, nos últimos 30 anos, teve fechada a maioria dos seus leitos; e aguarda o cumprimento da Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).