Início 2018

Membros Honorários

Luiz Otávio Savassi Rocha

Dados biográficos

Natural de Belo Horizonte (MG).
Data do nascimento: 30 de dezembro de 1945.
Primeiro dos oito filhos de Cristóvão Colombo Rocha (funcionário público estadual, natural de Cordisburgo, MG) e Nely Savassi Rocha (do lar, de ascendência italiana pelo lado paterno, natural do Rio de Janeiro, RJ). Casado, desde 1971, com Ana Maria Lages Rocha (graduada em Letras pela UFMG). Pai de Alexandre (doutor em Medicina, especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo, formado pela UFMG), Guilherme (doutor em Medicina Veterinária, especialista em Cirurgia de Pequenos Animais, formado pela UFMG) e Renato (psicólogo formado pela UFMG e músico). Avô de Davi, Amanda, Jade e Artur.
▪ Ex-aluno do Colégio Estadual de Minas Gerais (Colégio Estadual Central).
Médico formado pela UFMG em 1968 (53ª turma). Monitor, durante o curso de graduação (1966-1967), a convite do Prof. Luigi Bogliolo, do Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal da Faculdade de Medicina da UFMG. ▪ Curso intensivo de Cardiologia promovido, em janeiro de 1969, pelo Instituto de Cardiologia da Secretaria de Saúde Pública e de Assistência Social de São Paulo.
▪ Estagiário acadêmico do Hospital SOCOR e do Pronto Socorro Policial de Belo Horizonte durante o ano de 1968. Médico do Hospital SOCOR durante o ano de 1969.
▪ Integrante, durante seis anos (1970-1976), do corpo clínico do Hospital Felício Rocho, prestando assistência a pacientes (indigentes e previdenciários) internados nas enfermarias da instituição, que conta, entre seus fundadores, com Arthur Savassi, tio de Nely Savassi Rocha e fraternal amigo de Nicola Felice Rosso e Américo Gasparini.
▪ Professor (1969-1972) do Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal da Faculdade de Medicina da UFMG, chefiado pelo Prof. Luigi Bogliolo. Autor do livro Vida e Obra de Luigi Bogliolo, de 522 páginas, publicado, em 1992, pela Editora Gráfica da Fundação Cultural de Belo Horizonte.
▪ Professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG (1971-2009), vinculado, entre 1971 e 1976, à Disciplina de Cardiologia [durante dois anos, ou seja, no biênio 1971- 1972, esteve vinculado, ao mesmo tempo, a dois departamentos: Departamento de Clínica Médica (Disciplina de Cardiologia) e Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal]. Aposentado como Professor Adjunto IV em 2009.
▪ Preceptor, a partir de 1976, durante mais de 30 anos, no Hospital das Clínicas da UFMG, da Residência em Clínica Médica e do Internato em Clínica Médica.
▪ Coordenador, desde 1995, das Sessões Anatomoclínicas do Hospital das Clínicas da UFMG, marcadas pela participação de docentes de variadas disciplinas, médicos-residentes, alunos da graduação e convidados de outras instituições (265 sessões, coordenadas presencialmente entre maio de 1995 e agosto de 2019, destinadas, entre outros objetivos, a promover a interação entre o Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal da Faculdade de Medicina e as diversas clínicas do Hospital das Clínicas da UFMG).
▪ Autor do livro Sessões Anatomoclínicas: valor pedagógico lato sensu, de 504 páginas, publicado em 2010 pela editora COOPMED. Com 64 figuras – em sua maior parte coloridas –, o livro privilegia a interface entre a Clínica e a Patologia, a partir da análise crítica de quase uma centena de casos clínicos discutidos por ocasião das Sessões Anatomoclínicas do Hospital das Clínicas da UFMG. Destaque 2 especial é conferido às necrópsias, de grande importância na educação médica, em razão de seu extraordinário valor heurístico. A expressão lato sensu, inserida no título da obra, justifica-se pelo diálogo de caráter transdisciplinar que o autor procura estabelecer com outras áreas do conhecimento, como a Biologia Geral, a Medicina Legal, a Psicologia, a Epistemologia, a Mitologia, a História da Medicina, a Literatura e, até mesmo, a Filosofia – não como saber formal, mas como o trabalho crítico realizado pelo pensamento sobre o próprio pensamento.
▪ Participação efetiva na discussão dos casos apresentados nas chamadas Sessões de Telepatologia, baseadas em necrópsias, transmitidas por videoconferência, em tempo real, diretamente do Serviço de Verificação de Óbitos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, congregando alunos e professores da USP, UFMG e de outras escolas médicas do País (53 Sessões de Telepatologia entre abril de 2007 e outubro de 2018).
▪ Participação, a partir de setembro de 2012, na condição de um dos coordenadores, da discussão de casos de necrópsia apresentados nas Reuniões Anatomoclínicas transmitidas por videoconferência a partir do Hospital Universitário da USP, congregando professores e médicos-residentes do próprio Hospital Universitário, do Hospital das Clínicas da USP, da Faculdade de Medicina da UFMG e da Universidade do Porto, além de convidados de outras instituições (60 Reuniões Anatomoclínicas entre setembro de 2012 e agosto de 2019). ▪ Integrante do Comitê de Publicação e revisor do periódico on-line Autopsy and Case Reports, publicação trimestral do Hospital Universitário da USP, a partir de convite formulado, em abril de 2013, pela editora-chefe, Profa. Maria Cláudia Nogueira Zerbini, e pelo editor-científico, Dr. Fernando Peixoto Ferraz de Campos.
Autor de três editoriais do referido periódico: Clinicopathological Conferences: a testimonial [2013; 3(3):1-4]; The pedagogical value of autopsy [2015; 5(3):1-6], em colaboração com o Dr. Fernando Peixoto Ferraz de Campos, editor-científico do periódico; Death certificate: admitting uncertainty [2018; 8(2):e2018024].
▪ Professor homenageado por cinco turmas da Faculdade de Medicina da UFMG (58ª, 60ª, 102ª, 106ª e 124ª). Patrono dos formandos de cinco turmas da Faculdade de Medicina da UFMG (107ª, 109ª, 111ª, 114ª e 116ª). Nome da 130ª turma (“Turma do Centenário”) da Faculdade de Medicina da UFMG (Turma Professor Luiz Otávio Savassi Rocha). Professor convidado pelos doutorandos de cinco turmas (109ª, 110ª, 111ª, 114ª e 117ª) para proferir a Aula da Saudade (aula de encerramento do curso médico).
▪ Professor Emérito de Clínica Médica, eleito pela Congregação da Faculdade de Medicina da UFMG (posse em 23 de junho de 2010). ▪ Membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, do Colegiado do Centro de Memória da Faculdade de Medicina da UFMG, do Instituto Mineiro de História da Medicina e da Sociedade Brasileira de História da Medicina.
▪ Revisor, entre 1999 e 2001, do periódico Arquivos Brasileiros de Cardiologia, a convite do editor, Prof. Alfredo José Mansur. ▪ Autor de capítulos de livros e artigos médico-científicos publicados em periódicos. Palestrante em numerosos eventos médico-educativos, abordando, desde temas pontuais – relacionados com diferentes especialidades médicas –, até temas gerais, como Relação médico-paciente, Necrópsia e educação médica, A tecnologia e o exercício da clínica na contemporaneidade, Medicina baseada em evidências e História da Medicina, entre outros.
3 ▪ Médico clínico e cardiologista, com consultório em Belo Horizonte (Rua Rio Grande do Norte, 63 – Sala 50 – Tel. 3222-6284). Inscrição no CRM-MG: 5080. ▪ Pesquisador da vida e da obra de João Guimarães Rosa, ex-aluno (14ª turma) da Faculdade de Medicina da UFMG. Autor do livro João Guimarães Rosa, publicado, em 1981, pela Imprensa Universitária, e de diversos ensaios a respeito da vida e da obra do escritor cordisburguense [com destaque, por sua originalidade, para o ensaio Guimarães Rosa e os maçaricos: do maçarico-de-coleira (Charadrius collaris) ao maçarico-esquimó (Numenius borealis).
EXTENSÃO. Cadernos da Pró-Reitoria de Extensão da PUC-Minas 1996; 6(2):21-42].
Palestrante em numerosos eventos literários a propósito da vida e da obra do escritor cordisburguense.
Membro da Academia Cordisburguense de Letras Guimarães Rosa.
▪ Sócio do Clube do Choro de Belo Horizonte. Autor do livro Histórias do Choro: Crônicas Reunidas (Belo Horizonte: Edição do Autor, 2016). ________________________________________________________________________ Homenagens e distinções
▪ Dezembro de 1968 – Medalha Oswaldo Cruz, conferida, por ocasião da colação de grau na Faculdade de Medicina da UFMG, ao aluno que obteve as melhores notas durante o curso de graduação.
▪ Junho de 2000 – Diploma de Mérito Educacional e distintivo Destaque em Educação, conferidos pela APPMG (Associação de Professores Públicos de Minas Gerais), após consulta à Congregação da Faculdade de Medicina da UFMG.
▪ Outubro de 2002 – Personalidade Médica, título conferido pelo Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, Associação Médica de Minas Gerais e Sindicato dos Médicos de Minas Gerais.
▪ Outubro de 2006 – Comenda Newton Procópio (Clínico Destaque de Minas Gerais), conferida pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica (Regional de Minas Gerais).
▪ Novembro de 2009 – Láurea do Mérito Acadêmico, conferida pela Academia Mineira de Medicina.
▪ Junho de 2010 – Posse como Professor Emérito de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG.
▪ Julho de 2016 – Personalidade da Cardiologia Mineira, título conferido pela Sociedade Mineira de Cardiologia.
▪ Outubro de 2017 – Homenagem por ocasião do 14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica, “por sua capacidade técnica, conhecimento médico-científico e por sua relevante contribuição para o desenvolvimento da Clínica Médica no Brasil”.
▪ Outubro de 2017 – Comenda Honra à Ética, conferida pelo Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais.
▪ Agosto de 2019 – Posse como Membro Honorário da Academia Mineira de Medicina. Belo Horizonte, agosto de 2019.

Luiz V. Décourt

07/12/191101/02/2007

Luiz V. Décourt, ícone do humanismo científico

O Prof. Dr. Luiz V. Décourt deixou-nos, aos 95 anos de idade, em Maio. Há 25 anos afastado da vida Acadêmica, por força da lei, deixa um vazio que não se preenche com facilidade. Este número de CLINICS é dedicado à sua memória. Aqui na velha Revista do HC que foi sua também, entendemos que sua memória será mais bem reverenciada pelo depoimento emocionado do ex-aluno, hoje docente ilustre, do que com a rememoração sistemática de todos os seus grandes feitos, de resto conhecidos de todos.

Entrei na casa de Arnaldo em 1965, como carinhosamente chamamos a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, inaugurada por Arnaldo Vieira de Carvalho. A Congregação era àquele tempo composta apenas dos Professores Catedráticos, por nós encarados com profundo respeito, às vezes excessivo, beirando a reverência. Éramos garotos idealistas, e neles não enxergávamos defeitos, apenas virtudes. Formei-me em 1970, tendo passado como aluno por todos eles, Odorico Machado de Sousa, Isaías Raw, Carlos da Silva Lacaz, Luiz V. Décourt, Euryclides de Jesus Zerbini, Eurico da Silva Bastos, Edmundo Vasconcelos, Antonio de Barros Ulhoa Cintra, Arrigo Raia, Emilio Mattar, Sebastião de Almeida Prado Sampaio, Flavio Pires de Camargo e outros, ícones de nossa Medicina. Logo, tornei-me residente e preceptor de Clínica Médica, e meu contato com o Prof. Décourt tornou-se diário, como integrante do grupo que o rodeava nas atividades acadêmicas. Mais tarde, assistente da 2ª Clínica Médica, nosso contato aumentou mais. Aos poucos, desfez-se a aura de Professor Catedrático, revelando-se para mim a imagem do homem. Não vivia apenas dentro da medicina, mas também para a Medicina, pertencia a um Universo que poucos atingem. Discutia-se ali História, Filosofia, Vinhos e Música, principalmente, Música. Mas Décourt foi sempre uma presença para poucos, pois sua vida social era restrita. Nunca foi homem da mídia, abominava o “marketing”, cresceu e fez-se grande pela via de silenciosa discrição. Foi raríssimo exemplo de reconhecimento sem precisar de força ou propaganda. Era simplesmente um humanista. Como Cícero, acreditava na consciência ética com que fomos dotados pela natureza, que gera a justiça autêntica e universal, baseada não no interesse próprio, de pessoas ou de povos. Atitude talvez utópica, mas certamente exemplar. Com o tempo, muitos dos outros ídolos caíram, vítimas da soberba, da vaidade, da mesquinharia, do interesse próprio, dos jogos políticos rasteiros. Décourt, o sábio, era humilde e a Academia nunca foi para ele um meio, mas sim um fim. Nunca a usou para ganho próprio, tendo sempre vivido de forma simples. Sua imagem cresceu ininterrupta, natural e espontânea. Era autoridade pela força da pessoa, e não do cargo. Não conheço alguém que tenha feito mais discípulos do que ele. Muitos podem ter se perdido no caminho, mas a maioria permaneceu fiel aos ideais do mestre, perpetuando aquela forma determinada de consciência. Essa é a mais nobre das heranças humanas: cultural, moral e ética. Como Francisco de Assis, viveu a serviço da dignidade humana. Como Tomas de Aquino, jamais esqueceu a necessidade de respeitar a tradição construtiva. Com os exemplos que hoje nos rodeiam, onde mais vale a forma que o conteúdo, ele estaria fora da moda. Seu perfil, porém, independe de moda, pois, clássico que é, será sempre atual. Deixou-nos numa época em que a educação e a saúde tornaram-se simples mercadorias, que existem apenas em função de sua capacidade de gerar lucros materiais. Mas seguia Rousseau, em seu pensamento de que “o forte nunca é bastante forte para permanecer sempre no poder, se não transforma sua força em direito”. Direito de todos e para todos. Sabia ouvir, mas era cerebralmente intolerante com a intolerância alheia. Outros tiveram poder para modificar, fazer evoluir, construir de forma desinteressada, mas decepcionaram.

Décourt sempre soube que a verdadeira educação é de cunho moral, e não técnica. Construiu um paradigma de caráter, construindo alunos, médicos, ciência, cultura. A Segunda Clínica Médica, da qual muito se orgulhava, foi sua herança, da qual também nos orgulhamos. Costumava dizer que havia uma “mística” nessa Clínica, demonstrando apego e paixão pelo ambiente de trabalho, onde reuniu e agregou um enorme número de profissionais altamente produtivos, plantando as sementes do que viria a ser o Instituto do Coração, do qual foi o primeiro Diretor Científico, em integração com Zerbini, o primeiro Diretor.

E o médico Décourt quem era afinal? Na verdade, nada mais que um clínico com impressionante visão geral. Nada menos que o hoje mais nos falta, o clínico de família, o conselheiro médico, o “amigo”. Como dizia Agostinho, “aquele com que se pode compartilhar os segredos do coração”. Aliava a ciência à arte do contato humano. Seus discípulos se recordam muito bem de suas exigências quanto ao respeito aos pacientes, àqueles que sofrem. Exigia informações completas, antes de recorrer às técnicas de laboratório.

Morreu materialmente pobre, mas deixa-nos lições que fazem parte dos alicerces da vida. Sua missão está cumprida, e seguramente descansa em paz. O que mais poderia alguém desejar? Com Sófocles, podemos filosofar que de ninguém deve dizer-se que é feliz antes que se tenha completado os dias de sua existência mortal. Luiz Décourt é um desses imortais raros.

Charles Mady,

Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-59322007000400001

Mário Osvaldo Vrandecic Peredo

Mario Osvaldo Vrandecic Peredo nasceu em Cochabamba, Bolívia em 8 de dezembro de 1942. Sua mãe Alcira Peredo era boliviana e seu pai Juan Vrandecic, croata.

Médico pela Faculdade de Medicina da UFMG, com especialização na América do Norte onde, durante doze anos consecutivos, obteve os títulos: Cirurgião Cardiovascular e Torácico, atuando em instituições que incluem a Cleveland Clinic, Henry Ford Hospital, Mount Sinai School of Medicine, Harvard University-Boston Children Hospital.

Casou-se com Heloisa Angélica Corrêa em 1969. Seus filhos Erika, cardiologista e Ektor, cirurgião cardíaco. Nasceram ambos no Henry Ford de Detroit quando ele era residente.
Lecionou técnica cirúrgica no Curso de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), durante o período de 1977 a 2009.

Sua experiência profissional, além do conhecimento e da capacitação técnica, rendeu o contato com pesquisas em tecidos biológicos, com inúmeros estudos e várias patentes registradas, das quais se destaca a bioprótese cardíaca porcina, feita em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, em uso clínico desde 1980, que, hoje, é o único produto ou substituto valvar implantável fabricado fora do território norte-americano e aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) e utilizado nos Estados Unidos.

É autor de várias publicações na sua especialidade cirúrgica, divulgadas no Brasil e no exterior e Membro Titular de associações nacionais e internacionais. Como idealizador e empreendedor, fundou o Biocor Instituto, Hospital Geral de alta complexidade, situado em Nova Lima, Minas Gerais, do qual é o Diretor Geral, destacando-se como incentivador da gestão por resultados, integrada e informatizada, com foco no atendimento humanizado e na melhoria contínua, destacando-se, ainda, por suas práticas de responsabilidade social e meio ambiente.

PRÊMIOS E TÍTULOS
2018 – Prêmio – 100 Mais Influentes da Saúde – Projetos de humanização Revista Healthcare – Management
2017 – Prêmio – Qualidade e Segurança / Excelência da Saúde 2017 Saúde Revista Healthcare Management – Prêmio 100 Mais Influentes da Saúde – Qualidade e Segurança Revista Healthcare Management – Homenagem pelo trabalho realizado e pelas conquistas da instituição nos últimos anos. Grupo Mídia

2016 – Prêmio – Atenção ao Paciente / Prêmio Excelência da Saúde – Revista Healthcare Management – Prêmio – 100 Mais Influentes da Saúde / Gestor na Saúde – Revista Healthcare Management– Prêmio – XXIV Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia / Cardiovascular Pediátrica
2015 – Medalha Do Mérito Consular Associação dos Membros do Corpo Consular MG /AMCC-MG – Jubilado de Ouro – CRM Minas Gerais
2014 – Prêmio “100 Mais Influentes na Saúde” Healthcare Management – Medalha Santos Dumont – Governo do Estado de Minas Gerais
2013 – Membro Honorário Academia Mineira de Medicina
2012 – Referência da Saúde – Gestão Administrativa-Financeira, IT Mídia.
2012 – Referência da Saúde – Gestão de TI, IT Mídia.

2012 – I Prêmio Verde Ghaia – Conformidade Legal de Sistema de Gestão Integrado, Verde Ghaia.
2011 – Qualidade Unimed – BH, Unimed – BH.

2010 – Prêmio Qualidade Unimed – BH, Unimed – BH.

2010 – Comenda Domingo Braile – FUNDEP, FUNDEP.

2009 – Prêmio Qualidade Unimed – BH, Unimed – BH.

2008 – Pioneiros da Cirurgia Cardiovascular, Sociedade Mineira de Cirurgia Cardiovascular – 36º Congresso Brasileiro de Cirurgia Cardiovascular.

2008 – Prêmio Nacional da Gestão em Saúde, Fundação Nacional da Qualidade – FNQ.

2007 – Prêmio Profissional do Ano, ABRAMGE – MG.

2006 – Prêmio Mineiro da Qualidade – Faixa Ouro e Troféu Ouro, Instituto Qualidade Minas – IQM.

2006 – Prêmio Nacional Top Hospitalar – Administrador do Ano, IT Mídia.

2006 – Prêmio Mineiro da Qualidade, Instituto Qualidade Minas – IQM.

2004 – Prêmio Ethicon de Cirurgia Cardíaca, Congresso Brasileiro de Cirurgia Cardíaca.

2002 – Comenda Ordem do Mérito Novalimense, Prefeitura Municipal de Nova Lima – Minas Gerais.

2002 – Prêmio Ethicon de Cirurgia Cardíaca, Congresso Brasileiro de Cirurgia Cardíaca.

1998 – Colar do Mérito da Corte de Contas Ministro José Maria de Alkmim, Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais.

1997 – Cidadão Honorário do Estado de Minas Gerais – Brasil, Governo do Estado de Minas Gerais.

1995 – Medalha de Honra da Inconfidência, Governo de Minas Gerais.

1993 – Cidadão Honorário de Cochabamba – Bolívia, Câmara Minicipal de Cochabamba – Bolívia.

1993 – Prêmio Ethicon de Cirurgia Cardíaca, Congresso Brasileiro de Cirurgia Cardíaca.

1993 – Cidadão Honorário de Nova LIma – MG, Câmara Municipal de Nova Lima – Minas Gerais.

1993 – Cidadão Honorário de Belo Horizonte – MG, Câmara Municipal de Belo Horizonte – Minas Gerais.

1991 – Medalha de Honra da Sociedade de Cirurgia Cardiovascular da Suécia, Sociedade de Cirurgia Cardiovascular da Suécia.

1976 – Physician Recognition Award, American Medical Association.

1973 – Physician Recognition Award, American Medical Association.

1970 – Certificate of Appreciation for Service in the Armed Forces of the United States of America, U.S. Army Department.

PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS

Control of Autogenous Vein Grafts Prior to Reimplantation, by Electron Microscopy, 1972; 30th Ann. Proc. Electron Microscopy, Soc. Amer. Calif. Trabalho inédito.

Immediate and Short Term Histologic Changes in Autogenic Vein Grafts Under Normothermic and Hypothermic Conditions 1972; American College of Surgeons. Michigan Chapter, Ann Arbor.

Support of Severely Impaired Cardiac Performance with Left Heart Assist Device Following Intracardiac Operation. Heart & Lung, 1978; July/August, Vol.7 Nº 4

Ultraestrutura dos Enxertos Autólogos de Veia Safena Preservada em Normotermia e Hipotermia. Estudo Histológico e Eletromicroscópico das Alterações Imediatas e a Curto Prazo. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 1981; 37/4: 247 252, Outubro.

Clinical Experience with the Biocor Heart Valve with no Anticoagulant Therapy. Presented at the International Symposium on Bioprosthesis Held in Rome Italy May 1982; as invited discussant.

Resultados Clínicos e Hemodinâmicos da Bioprótese Biocor. Estudo Cooperativo Preliminar. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 1983; 41/4:255 260, outubro.

Avaliação Hemodinâmica da Prótese Heteróloga Biocor. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 1984; 42/2:123 128, fevereiro.

Clinical Experience with a New Generation of Porcine Bioprostheses. Biologic Bioprosthetic Valves, 1985;Bodnar,E.;Yacoub, M., pp. 559.665.

– Clinical Experience with the Biocor Bioprosthesis 1985; Hospital Lariboisiere-Paris

New Graft for the Surgical Treatment of Small Vessel Diseases. The Journal of Cardiovascular Surgery 1987; Vol.28; Nº6, pp.711 714 , Nov/Dec.

– Análise de Fatores Pré e Per-operatório Determinantes do Resultado Cirúrgico da Tetralogia de Fallot. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 1987; 2(2):102-108.

Avaliação do Gradiente de Pressão na Estenose Valvar Mitral com Ecocardiografia Bidimensional- Doppler Pulsado. Arquivos Brasileiros de Cardiologia1988; 51/3:245.247, setembro.

Estudo Multicêntrico dos Resultados das Trocas Valvares com o uso da Bioprótese Biocor no Estado de Minas Gerais. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 1988; 3(3):159 168

– Ecocardiografia Doppler: Princípios Físicos, Metodologia e Aplicações. Arquivo Brasileiro de Cardiologia,1988; 50(1): 53-57.

– Correção Cirúrgica de Aneurisma da Aorta Torácica por Técnica de Exclusão. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 1988; 3(1): 65-72.

– Clinical Results with the Use of the Biocor Bioprosthesis:A Multicentric Study. Heart Surgery 1989, Editor Luigi C. D’Alessandro. Casa Editrice Scientifica Internazionale, Roma, 1989; pp.227-242.

– Biocor Bioprosthetic Valves: Our Experience. Heart Surgery 1989. Editor Luigi C.D’Alessandro – Casa Editrice Scientifica Internazionale, Roma, 1989; pp.243-252.

The use of PTFE Graft to Correct Anomalous Drainage of Persistent Left Superior Vena Cava. J. Cardiovasc. Surg.,1990; 31 – pp.815-817.

– Fibrilação Ventricular em Portador de Displasia Ventricular e Prolapso Valvar Mitral. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 1990; 55/5:311, Novembro.

Clinical Results with the Biocor Porcine Bioprosthesis. J Cardiovsc Surg 1991; 32(6):807-813.Nov/Dec.

Correção de Doenças da Aorta Torácica com Utilização de Hipotermia Profunda e Parada Circulatória. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 1991; 6(1):11 16.

Miocardiopatia Induzida por Taquicardia Ventricular Incessante (“Taquicardiomiopatia”). Cura Após Controle de Arritmia. Arquivos Brasileiro de Cardiologia 1992; 58(3): 209 214.

Ablação Química Transcoronária de Taquicardia Ventricular em Portador de Cardiopatia Chagásica Crônica. Arquivos Brasileiro de Cardiologia 1992; 58/4: 307 310.

Stentless Porcine and Pericardial Valve in Aortic Position. Ann Thoracic Surgery 1992; 54:681 5.

– Nova Bioprótese Aórtica Sem Suporte: Resultados Clínicos. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 1992; 7(3):208-214.

– Clinical Use of a New Stentless Porcine Aortic Bioprosthesis: A Multicenter Study. Cardiology and Cardiac Surgery from Grossi, A., Donatelli, F., Corno, A., Brodman, R.: Current Topics Mount Kisco, NY, Futura Publishing Co., Inc. Chapter, 1992; 18 pp.223-234.

– Cirurgia para Síndrome de Wolff-Parkinson-White no 1º Ano de Vida. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 1993; 60(4):253-256.

– Conexão Átrio-Fascicular com Condução Lenta e Dissociação Longitudinal. Comprovação Eletrofisiológica e Implicações Clínicas. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 1993; 60(6):411-415.

– Stentless Porcine Aortic Valve: Mid-Term Clinical Follow-up. Heart Surgery 1993, Editor Luigi C. D’Alessandro. Casa Editrice Scientifica Internazionale, Roma 1993; pp. 43-56.

– Heterologous Mitral Valve Transplant. New alternative for Mitral Valve Replacement: Once Year Clinical Follow-up. Heart Surgery 1993, Luigi C. D’Alessandro, Casa Editrice Scientifica Internazionale, Roma 1993; pp. 57-68.

– Implante de Bioprótese Aórtica Stentless em Pacientes com Alterações do Anel Aórtico. Rev. Bras. de Cir. Cardiovascular 1993; 8(2):118-124.

– Transplante Heterólogo Mitral – Nova Alternativa Cirúrgica – Estudo Clínico Inicial. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 1993; 8(2):83-90.

– The New Stentless Aortic Valve: Clinical Results of the first 100 patients. Cardiovascular Surgery 1994; Vol. 2 Nº 3 – pp. 407-133.

– Heterologous Stentless Mitral Valve Transplant – A New Approach for Mitral Valve Replacement. European Journal for Cardiac Interventions 1994; Vol. 3 Nº. 3 pp. 130-133.

– Surgical Repair of Transposition of Great Arteries and Total Anomalous Pulmonary Venous Return to the Coronary Sinus (TGA with TAPVR). European Journal Cardio Thoracic Surgery 1994; 8:391-392.

– The Mitral and Aortic Porcine Stentless Heart Valves – New Concepts in design and Tissue- Short and ind term follow-up. New Horizons and the Future of Heart Valve Bioprostheses; Sholomo Gabbay and Robert Frater. Silent Partneers, Inc. Austin 1994; Chap. 11 pp. 143-170.

– Esternorrafia Secundária em Cirurgia Cardíaca Pediatrica. Arquivos Brasileiro de Cardiologia 1994; Vol. 62 Nº. 2.

– Replacement of the Ascending Aorta and Aortic arch with Bovine Pericardial Graft. European Journal Cardiothoracic Surgery 1994; Vol. 9 No. 2.

– Stentless Heart Valve Concept: New Anticalcificant Tissue Tanning – Pre Clinical Trial. Stentless Bioprosthesis, Edited by Armand Piwnica and Stephen Westaby, Isis Medical Media 1994; Cap. 12, pp. 101-.107.

– Porcine Stentless Heart Valve Substitutes Technicial and Clinical Data Short and Mid-Term Follow-up. Stentless Bioprosthesis, Edited by Armand Piwnica and Stephen Westaby, Isis Medical Media 1994; Chap. 27, pp. 205-210.

– Porcine Stentless Mitral Heart Valve Substitute: Short Term Clinical Data. Journal Cardiovascular Surgery 1994;35(suppl.1 to No.6):pp.41-5.

– Porcine Stentless Aortic Heart Valve Substitute Mid-Term Clinical Follow-up. Journal Cardiovasc 1994; Surg. 35(suppl. 1 to No.6):pp.31-4.

– Substituição da Aorta Ascendente e Arco Aórtico por Enxerto de Pericárdio Bovino: Resultados a Médio Prazo. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, 1994; 9(2): 81-87.

– Bioprótese Aórtica Porcina “Stentless”: Acompanhamento Clínico a Médio Prazo. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 1994; 9(1):60-63

– The First Anticalcificant Tanning of Biological Tissues With Full Cytocompatibility: Initial Comparative Analysis. Heart Surgery 1995, Luigi C. D’Alessandro, Casa Editrice Scientifica Internazionale,Roma 1995; Chap.80, pp.519-531.

– Mid-Term Comparative Analysis Between Mechanical Prosthesis-Porcine Bioprosthesis and Stentless Heterologous Heart Valves. Heart Surgery 1995, Luigi C. D’Alessandro, Casa Editrice Scientifica Internazionale, Roma 1995; Chap. 8, pp.79-94.

– Replacement of the Ascending Aorta and Aortic Arch With Bovine Pericardial Grafts. European Journal of Cardiothoracic Surgery 1995; 9:pp.127-132.

– Porcine Stentless Aortic Valve in Re-replacements and Acute Aortic Valve Endocarditis. The Journal of Heart Valve Disease 1995;4:171-175.

– Heterologous Mitral Valve Transplant: The first 50 Patients Clinical Analysis. European Journal Cardiothoracic Surgery 1995; Vol. 9, pp.69-74.

– The Biocor Stentless Mitral Bioprosthesis. Journal Heart Valve Disease, 1995; Vol. 4 No. 3. May/1995.

– Surgical Technique of Implanting the Stentless Porcine Mitral Valve. Ann Thoracic Surgery 1995; 60:S439-42.

– Cirurgia de Glenn Bidirecional: Importância da Manutenção de Fluxo “Pulsátil” na Artéria Pulmonar. Rev. Bras. Cir. Cardiovasc 1995; 10 (1):25-33, 1995. Rev. da Sociedade Mineira de Cardiologia. Vol. 1 No. 2, 1995. Revista Chilena de Cardiologia 1995; Vol. 14 No. 3 julho/setembro

– Fibrilação Ventricular em Paciente com Forma Permanente da Taquicardia Juncional Reciprocante. Arquivos Brasileiros Cardiologia 1996; Volume 66 (No.1),25-27.

– Late Complications After Surgical Exclusion of the Thoracic Aorta. Eur. J. Cardio-thorac Surg 1996; 10:590-592.

1997
• Porcine Mitral Stentless valve mid-term clinical results. European Journal of Cardiothoracic Surgery 12 (1997) 56-62. Autores: Mario Vrandecic, Fernando Fantini, Bayard Gontijo Filho, João Alfredo de Paula e Silva, Idail Martins, Ozanan César de Oliveira, Carla Oliveira, Marcelo Hermeto Oliveira, Erika Vrandecic, Ektor Vrandecic, Sandra O. S. Avelar
• Resultados Imediatos e tardios da correção cirúrgica da dissecção aguda da aorta ( tipo A ) . Revista Bras. Cir.Cardiovasc. 1997; 12(4): 311-8. Autores: Mario Vrandecic, Fernando Fantini, Bayard Gontijo Filho, Flávio Coelho Colluci.
• Resultados a longo prazo da reconstrução da via de saída do ventrículo direito com monocúspide porcina. Revista Bras. Cir. Cardiovasc. 1997; 12(4) 319-24. Autores: Mario Vrandecic, Fernando Fantini, Bayard Gontijo Filho, Cristiane Martins, Roberto Max Lopes, João Alfredo de Paula e Silva, Maria da Glória Horta, Marcelo Frederique de Castro, Leonardo Ferber Drumond, Arturo Ferrufino

1998

• The Use of Bovine Pericardium for Pulmonary Valve Reconstruction or Conduit Replacement: Long-Term Clinical Follow Up. The Journal of Heart Valve Disease (1998;7:54-61) Vol. 7 nº 1 January/1998. Autores: Mario Vrandecic, Fernando Fantini, Bayard Gontijo Filho, Cristiane Martins, Roberto Max Lopes, João Alfredo de Paula e Silva, Juscelino Barbosa, Idail Martins, Ozanan César de Oliveira,Carla Oliveira, Eduardo Alcocer, Erika Vrandecic, Leonardo Ferber Drumond, Arturo Ferrufino

• Use of Bovine Pericardial Tissue for Aortic Valve and Aortic Root Replacement: Long-Term Results. The Journal of Heart Valve Disease (1998;7:195-201) Vol. 7 nº 2 March/1998. Autores: Mario Vrandecic, Fernando Fantini, Bayard Gontijo Filho, Cristiane Martins, Roberto Max Lopes, João Alfredo de Paula e Silva, Juscelino Barbosa, Idail Martins, Ozanan César de Oliveira,Carla Oliveira, Eduardo Alcocer, Erika Vrandecic, Leonardo Ferber Drumond, Arturo Ferrufino

CONFERÊNCIAS, SIMPÓSIOS E CONGRESSOS NACIONAIS (1997-1998)

1997
• 24o. Congresso Nacional de Cirurgia Cardíaca, 1o. Congresso do Mercosul de Cirurgia Cardíaca – Campo Grande – MS, 17 a 19 de
Abril. Na Qualidade de Autor do Tema:
 “Resultados Imediatos e Tardios da Correção Cirúrgica da Dissecção Aguda de Aorta (Tipo A)”.
Na Qualidade de Comentador do Tema Livre:
 “Resultados no Terceiro Ano da Válvula de Carbono de Disco Basculante com Revestimento de Material Biológico em Posição
Mitral com Baixa Dose de Anticoagulante Oral”.

Na Qualidade de Co-Autor do Tema:
 “Resultados a Longo Prazo da Reconstrução da Via de Saída do Ventrículo Direito com Monocúspide Porcina”.
• IX Congresso Brasileiro de Ecocardiografia, Simpósio Internacional de Color Duplex Scan- Salvador, Bahia, 01 a 03 de Maio.
Na Qualidade de Co-autor do Tema:
 “Uma nova bioprótese aórtica porcina sem suporte (“Stentless”): Análise Ecocardiográfica Comparativa e Evolutiva.
• Conferencista na ADESG – Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra. “O Sistema Hospitalar Privado no Brasil”
1998
• Conferencista no Curso de Pós-Graduação em Cirurgia Cardiovascular, Torácica e Anestesiologia da Universidade Federal de São
Paulo – Escola Paulista de Medicina. Tema: “Avanços nas Biopróteses Stentless”.
• Conferencista na ADESG – Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra. “O Sistema Hospitalar Privado no Brasil”

CONFERÊNCIAS, SIMPÓSIOS E CONGRESSOS INTERNACIONAIS (1997-1998)

1997
• International Symposium of Heart Valve Surgery, Honoring Professor Dr. C. W. Lillehei, March 4 1997.

Na Qualidade Autor dos temas:
 Clinical Results with the use of Aortic Porcine Stentless Valve.
 Stentless Bioprosthesis.
• II International Symposium, Noordwijc, The Netherlands, April 11 & 12 Na Qualidade Autor dos temas:
 Long Term Results of a Porcine Aortic Valve Monocusp used in Right Ventricular Outflow Tract Reconstruction.
 Porcine Mitral Stentless Valve Critical – Analysis at Five Years.
 Clinical Results with the Use of SJM-Biocor Stentless Aortic Valve at 7 Years.
• St. Jude Medical – SJM-Biocor Stentless Valve Meeting, Noordwijc, The Netherlands, April 12. Na Qualidade Parcitipante.
• 77th Annual Meeting – AATS (The American Association for Thoracic Surgery), Washington, DC May 4 – 7, 1997.

1998

• 78th Annual Meeting – AATS (The American Association for Thoracic Surgery), Boston, Massachusetts, May 3, 1998. Na qualidade
de participante.

• Conferencista no “The Midlands Cardiothoracic Surgical Meeting” Nottingham – Inglaterra. – Tema: Lecture – Experience With Stentless Mitral Valve Replacement

ENTREVISTA À REVISTA “VIVER BRASIL” à jornalista Luisana Gontijo, em 16/01/2015:

“Sou bem mais brasileiro do que você, porque você só nasceu aqui e eu escolhi viver aqui. E escolhi lá de cima, de 3 mil metros de altura, uma cidadezinha parecida com aquela em que eu morava, Cochabamba, na Bolívia, que tem um perfil montanhoso muito semelhante ao de Belo Horizonte. A partir daí, desde 20 de dezembro de 1959, quando cheguei, me encantei”, diz o cardiologista Mario Vrandecic, para explicar seu amor pela capital mineira. Foi na cidade que ele estudou medicina, na UFMG, se casou e teve 2 filhos, que seguiram seus passos na profissão. Entre as várias coisas que impressionam no doutor Mario, como é chamado pelos corredores do Biocor, é a vitalidade, a pressa com que caminha, cumprimentando todos que encontra, e o amor pela própria vida e pela das outras pessoas. “Gosto de estar vivo. Gosto de mim. Porque só assim posso gostar do outro. O carinho, para mim, é uma coisa fundamental. A gente está aqui para conseguir a confiança do outro. Porque, se a gente consegue a confiança do outro, estamos realizados internamente”, ensina. No entanto, ele acha que a falta de referência, de confiança, leva as pessoas ao caos.

ENTREVISTA À REVISTA “VIVER BRASIL” à Luisana Gontijo, em 16/01/2015:

“Sou bem mais brasileiro do que você, porque você só nasceu aqui e eu escolhi viver aqui. E escolhi lá de cima, de 3 mil metros de altura, uma cidadezinha parecida com aquela em que eu morava, Cochabamba, na Bolívia, que tem um perfil montanhoso muito semelhante ao de Belo Horizonte. A partir daí, desde 20 de dezembro de 1959, quando cheguei, me encantei”, para explicar seu amor pela capital mineira. Foi na cidade que ele estudou medicina, na UFMG, se casou e teve dois filhos, que seguiram seus passos na profissão. Entre as várias coisas que impressionam no doutor Mario, como é chamado pelos corredores do Biocor, é a vitalidade, a pressa com que caminha, cumprimentando todos que encontra, e o amor pela própria vida e pela das outras pessoas. “Gosto de estar vivo. Gosto de mim. Porque só assim posso gostar do outro. O carinho, para mim, é uma coisa fundamental. A gente está aqui para conseguir a confiança do outro. Porque, se a gente consegue a confiança do outro, estamos realizados internamente”, ensina. No entanto, ele acha que a falta de referência, de confiança, leva as pessoas ao caos.

E o surgimento do Biocor veio logo depois da sua formatura?

Na verdade, fui eu que fundei o Biocor Instituto. Eu estudei medicina em Belo Horizonte e, logo depois da formatura, fui para os Estados Unidos, onde fiz curso de pós-graduação de 12 anos. Passei por anatomia patológica e cirurgias geral, vascular, cardíaca, de adulto, primeiro, e, em seguida, de crianças. Depois da volta dos Estados Unidos, por todo lugar em que eu ia, não conseguia fazer aquilo que queria fazer. Aí, surgiu a ideia de criar o Biocor Instituto. Para isso, precisava de dinheiro. Eu tive a sorte de ter bons professores e a gente fez muitas pesquisas sobre tecidos biológicos. E, como cirurgião cardiovascular que sou, tinha muita dificuldade de encontrar substitutos de válvula cardíaca e arteriais de toda natureza para corrigir as patologias dos nossos pacientes. O que tinha era muito caro. Aí, então, comecei a fazer essa pesquisa, que demorou algum tempo, e a gente desenvolveu 16 patentes. Eventualmente, depois de patenteá-las, iniciamos a parte de manufatura, propriamente dita, e em seguida a de vendas. E isso gerou dinheiro com o qual eu iniciei o Biocor, para fazer aquilo que era meu sonho: cuidar da população.

O Biocor, então, nasceu de um sonho?

Exatamente. Primeiro, de um sonho de realizar aquilo em que acredito: que temos de gostar da gente antes de tudo para poder gostar dos outros. Porque não tem jeito de você dar o que não tem. Se tem carinho dentro de você, vai dar carinho aos outros. É isso que é medicina, é essencialmente humana. Parece redundante a gente falar isso, mas, pensando bem, hoje tem sido dito que a medicina precisa ser humanizada. Nós somos humanos. Ela é para as pessoas. E só acontece quando há esse carinho. Às vezes, você vai a uma repartição pública e vê que a pessoa não gosta do que faz. Não enxerga você. Em uma instituição hospitalar, isso não pode acontecer. É aí que surgem erros. A pessoa tem que ser vista como se fosse você, que a está atendendo. Então, na hora em que vai colher um acesso, usando agulha, você tem que sentir a dor da pessoa. Essa é a filosofia. Nós construímos o Biocor dentro dessa filosofia e, para manter isso, a gente precisa de pessoas. Graças a Deus, contamos, desde o início, com um grupo de residentes para os quais ensinamos o que aprendemos e passaram a ficar conosco. Chegaram outros residentes e assim se formou um corpo clínico bastante homogêneo.
Como era a estrutura inicial?

Começamos com 80 leitos, depois, passamos para 150 e hoje temos 320. É uma instituição focada nas doenças de alta complexidade, multidisciplinar. E isso foi feito a pedido da comunidade. Foi ela que exigiu isso. E para que atendêssemos a essa demanda, crescemos nas especialidades, que hoje são 45. A única que não temos totalmente desenvolvida é a obstetrícia, porque é um departamento separado, uma filosofia diferente. Porém fazemos obstetrícia em pacientes com doenças cardíacas. Somos referência nacional e internacional nesse aspecto. Fazemos cerca de 700 cirurgias por ano em crianças com até 3 meses de idade.
O hospital tem quantos funcionários?

Um hospital sempre tem um número maior de trabalhadores, porque funciona 24 horas, 7 dias por semana, 365 dias por ano, daí termos mais de 1350 colaboradores. O número de médicos, autônomos, que compõem o corpo clínico está em torno de 400. Isso sempre oscila um pouco. Somos um relógio de mais 1,7 mil peças, que, para funcionar, tem que haver harmonia, sintonia e todos têm que conhecer a meta, senão, os resultados são muito desiguais. Somos muitos e todos trabalhando em equipe para um único fim: levar a melhor assistência aos nossos pacientes e contribuir para a saúde da nossa sociedade.

Como é que o senhor define o Biocor Instituto hoje, aos 30 anos de existência?
O Biocor é uma instituição de referência em alta complexidade, que tem como fundamento o acolhimento e o amor para cada uma dessas pessoas que aqui chegam. Isso podemos verificar por meio das visitas diárias que faço a todos os pacientes. Desse modo, tenho uma ideia do que preciso atualizar. O objetivo é, primeiro, ver como o paciente está. Segundo, é conversar com a família. Nós temos um sistema que me permite acessar do celular todas as informações sobre os pacientes e sobre o hospital, inclusive da parte econômica. Temos 12 salas de cirurgia, 3 salas de hemodinâmica, somos o benchmarking internacional no tratamento do infarto agudo do miocárdio. O paciente chega à internação com queixa de isquemia miocárdica e, a partir daí, até que essa artéria seja aberta, levam 56 minutos. A média, em outras instituições, é 120. Fazemos em menos da metade do tempo, o que permite que o tamanho do infarto seja bem menor.

Isso significa que o senhor trabalha 24 horas por dia?

É. Isso é a minha vida e sou feliz assim. Tudo o que realizei foi fruto de muito esforço, dedicação e método, tendo conseguido com o apoio da minha família. Minha esposa sempre esteve do meu lado e presta uma valiosa contribuição com a parte econômica da instituição. Meus filhos, Erika e Ektor, médicos como eu, servem de estímulo a continuar aprimorando, inovando e crescendo continuamente, como médico e na liderança do Biocor Instituto. Não posso concluir sem homenagear meus Pais, exemplos de vida e inspiração para todos os meus passos. Como vê, tenho apenas bons motivos para agradecer a Deus e seguir sempre mais adiante

Navantino Alves

26/04/189901/02/2002

Navantino Alves nasceu em Andrelândia, no Sul de Minas, em 26 de abril de 1899, sendo filho de José Bernardino Alves e de Marianna Ilídia Alves. Casou-se com Elvira Veiga Sales Alves, nascida em Nepomuceno, com quem teve três filhos, sendo dois médicos pediatras – José Mariano e Navantino Filho. Segundo o historiador da Medicina, João Amílcar Salgado, a passagem de meu patrono Navantino Alves por Nepomuceno – após formar-se no Rio em 1924, pela Faculdade Nacional de Medicina – não apenas o fez nepomucenense adotivo, graças ao matrimônio feliz, mas propiciou-lhe uma espécie de pós-graduação rural assinalada na biografia de grandes médicos do mundo inteiro, como Eduardo Jenner, Roberto Koch, Vital Brasil, Guimarães Rosa e René Favaloro. E esse estágio foi-lhe tão marcante que o registrou no seu livro Páginas de recordações de um médico. Nele, o autor fez observações, hoje de precioso significado, que só mesmo a condição de excelente clínico que era poderia facultar-lhe. Em sua infância assinalou a profusão de andorinhas em Andrelândia, escasseadas com o passar do tempo. Registrou o protesto do velho Preto Mina, inconformado com a procissão de São Benedito, que levava a imagem do santo etíope da igreja dos escravos à matriz dos brancos.
Apoiado em rude bengala, lá ia ele a murmurar doce repreensão: num tem vergõia San Binidito, de i ôtra veis prá igreja dos branco? Ainda conforme o historiador João Amílcar, de particular interesse histórico, foi quando, montado em sua besta Baia, Navantino chegou a uma fazenda bem distante, no município de Nepomuceno, e ali percebeu toda a família do fazendeiro vítima de hanseníase. Em recente estudo que fiz sobre a epidemia desta doença, ora ainda em curso e que teve o epicentro em Poços de Caldas, na segunda metade do século 19, citei a descrição de Alves como eloqüente testemunho. Outro seu relato documental, muito expressivo, se refere à malária endêmica na bacia do Rio Grande, depois brilhantemente debelada, a partir do governo Milton Campos. Após sua curta clínica rural em Nepomuceno, Navantino Alves foi para Juiz de Fora. As ligações entre essas duas cidades, na década de 20 do século passado, eram estreitas, seja pela nova comunicação ferroviária, seja decorrente da segurança proporcionada à elite nepomucenense pelo cirurgião Hermenegildo Vilaça. Sua esposa, Olívia Ribeiro de Oliveira, era parente dos Ribeiro de Oliveira, de Nepomuceno, inclusive de Elvira Veiga Sales. Vilaça hoje é considerado o primeiro cirurgião moderno nativo de Minas, ao lado de dois mineiros adotivos: Borges da Costa e Afonso Pavie. As cirurgias nessa época implicavam riscos do clorofórmio e da imperícia operatória. Daí que, diante de toda intervenção que exigisse anestesia geral, os parentes preferiam garantir-se com o consagrado pioneiro. Por tais laços, Navantino Alves teve a oportunidade de clinicar sob o avançado ambiente da medicina juiz-forana, moldada, na própria cidade ou desde o Rio, por notáveis como João Penido, Eduardo de Menezes, José Nava (pai de Pedro Nava), Martinho da Rocha e Antônio da Silva Melo. Martinho da Rocha, com quem também trabalhou o meu patrono, fez importante ligação entre a pediatria brasileira e a alemã, e sabe-se que ambos faziam serões de leitura da pediatria em livros franceses e alemães, discutindo e digerindo os ensinamentos de Heinrich Finkelstein, Adalbert Czerny, Antonin Bernard Marfan, F. Nassau entre outros.
O papel de Martinho da Rocha no Brasil foi análogo ao exercido nos Estados Unidos da América (EUA) pelo grande pediatra alemão Abraão Jacobi. A pediatria brasileira já era ilustre graças a Francisco de Melo Franco e aos Moncorvo, pai e filho. Mas foram os mineiros Martinho da Rocha e Silva Melo que fizeram o nexo imediato entre a Universidade de Berlim, em seu esplendor científico, e a medicina brasileira (Martinho, na Pediatria, e Melo, na Clínica Médica e na Gastroenterologia). Em Belo Horizonte, havia poucos seguidores da medicina germânica, principalmente na Faculdade de Medicina, com Melo Teixeira (depois acolitado por João da Costa Chiabi) e Navantino Alves, que chegou para reforçar esta linha. Observe-se que Teixeira foi paraninfo de Kubitschek, Pedro Sales e Pedro Nava, em 1927. Na verdade, Navantino Alves se dedicou à Pediatria exclusiva desde sua graduação, trabalhando ainda como estudante com o famoso pediatra Calazans Luz nos ambulatórios e enfermarias de crianças do Hospital São Zacharias da Santa Casa do Rio de Janeiro. Ali também criou e manteve por alguns anos a revista Escola Médica e se entusiasmou com essa modernidade pediátrica ao viver em Juiz de Fora, onde fundou, com o obstetra Dirceu Andrade, a Maternidade Terezinha de Jesus, anexa à Santa Casa de Juiz de Fora. Anos depois trouxe essa capacidade empreendedora, de fonte direta, para a Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, em 1928. Na Capital ele iria desempenhar papel todo especial na atenção à criança mineira, sendo considerado o primeiro a exercer a Pediatria exclusiva na cidade. A Santa Casa vivia sob a égide do germanófilo Hugo Werneck, que não só a estruturou em moldes modernos, bastante diferentes das santas casas de tradição lusa, como trouxe, em 1909, irmãs-enfermeiras da Alemanha, da Congregação Servas do Espírito Santo. Por outro lado, a acolhida a Navantino Alves estava facilitada por duas circunstâncias: o hospital vinha contando com o apoio filantrópico da família Veiga (a fazenda Taquaril, dos Veiga, descia a fralda da Serra do Curral e cobria parte do bairro Santa Efigênia), enquanto o farmacêutico e médico Joaquim de Santa Cecília, outro integrante da família, havia cuidado de sua farmácia e depois criado seu Serviço de Olhos Santa Cecília, também passara por Nepomuceno e ali se casara com Lazarina Veiga, tia de Elvira Veiga Sales Alves. Navantino Alves, desde Juiz de Fora, entregou-se com o entusiasmo de um bandeirante, ao árduo trabalho de devassar os horizontes virgens da saúde infantil. Criou o Serviço de Crianças da Santa Casa de Belo Horizonte, depois o Hospital de Criança Elvira Gomes Nogueira (mais tarde o primeiro prédio da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais), o Instituto Mineiro de Combate à Desnutrição Materno-Infantil, a cadeira de Enfermagem Pediátrica da Escola de Enfermagem Hugo Werneck, a cátedra de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas e a desativada Fundação Navantino Alves (com seu Banco de Leite Humano), sendo também co-fundador do Hospital São José e da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. Interessante lembrar que o Hospital de Crianças Elvira Gomes Nogueira, com três andares e 120 leitos de enfermaria, fechou um quarteirão de rua próxima à Santa Casa, foi o primeiro hospital pediátrico de Minas Gerais, construído com a doação de um tostão de cada entrada dos sete cinemas da empresa Agenor Gomes Nogueira, num total de 360 contos de reis e teve o nome da esposa de seu patrocinador. Além do livro já referido, publicou Manual de Dietética na Patologia Infantil e Ligeira Visão da História da Pediatria. Venceu a livre-docência em Pediatria, na Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais, hoje Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com a tese Estudo Clínico da Pseudo-Paralisia sifilítica – Doença de Parrot, bem como exerceu importante liderança em entidades médicas, sempre ligadas à Pediatria. Em uma espécie de homenagem ao pai, além do periódico Escola Médica, manteve em Belo Horizonte por anos, a publicação trimestral Análise de Nutrição MaternoInfantil, onde resumia artigos de revistas nacionais e estrangeiras, sobre o assunto, por ele pesquisados e resumidos nos fins de semana na Biblioteca Baeta Vianna. Merece realce especial sua atuação diária e por maior tempo que qualquer outro líder da medicina mineira na formação de discípulos, inclusive de seus próprios filhos e neto, ilustres Livros dos Patronos Navantino Alves Navantino Alves Livros dos Patronos 26 Livros dos Patronos Navantino Alves Navantino Alves Livros dos Patronos 27 seguidores do pai e avô. Com ele se formaram Olavo Lustosa, Francisco Souza Lima, Abrahão Salomão, Maria Eulália Ramos, Clodoveu de Oliveira, José Maria Mares Guia, Antônio Malheiros Fiúza, José de Oliveira Lima, Berardo Nunan, Olavo de Resende Barros, Veiga Sales, Álvaro Guerra, entre outros. Em verdade, Navantino Alves, ao encerrar sua vida centenária, com 103 anos de lucidez invejável, mereceu ser proclamado de pai a tetravô da maioria dos membros da eminente comunidade pediátrica mineira. Seus filhos, José Mariano e Navantino Alves Filho, são docentes de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, sendo Navantino o atual professor titular e um dos dez fundadores da Academia Mineira de Pediatria.

Clarindo Eslebão de Cerqueira Acadêmico da AMP – Cadeira Nº 5

Fonte: Site da Academia Mineira de Pediatria

Newton Kara José

Helio Begliomini 1

Newton Kara José nasceu em 9 de julho de 1938, na cidade Neves Paulista (SP).
É filho de José Kara José e de Julieta Cury Kara.
Graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil em 1963, e
especializou-se em oftalmologia.
Fez pós-graduação na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FMUSP) e aí se dedicou à carreira universitária. Obteve o título de doutor em
oftalmologia com a tese Penetração de Alguns Antibióticos em Estruturas do
Aparelho Visual Humano (1972), tendo como orientador o professor Paulo Braga de
Magalhães; e o de livre-docente com a tese Indução da Secreção Lacrimal pelo
Isoproterenol (1977). Galgou todos os postos: assistente (1965-1976); professor
assistente (1976-1983); professor adjunto (1983-1998); professor regente (1997), e,
após prestação de concurso, professor titular da disciplina de oftalmologia (novembro
de 1998 a julho de 2008), recebendo, após sua aposentadoria, o título de Professor
Emérito.
Newton Kara José teve como áreas de atuação a cirurgia oftalmológica, doenças
oculares externas, córnea, lentes de contato, catarata, oftalmologia sanitária e prevenção
da cegueira.
No Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia do Hospital das
Clínicas (HC) da FMUSP foi membro da Comissão de Transplante de Órgãos e Tecidos
(1965 e 1982-1993); diretor do Serviço de Moléstias Externas (1991-1994); chefe do
Laboratório de Investigação Médica em Oftalmologia LIM-33 do HC – FMUSP (1998-
2009) e membro do Programa de Pós-Graduação em Oftalmologia. Ademais, coordenou
campanhas para a erradicação da catarata na população pobre e de baixo acesso a
serviços médicos – campanhas de atendimento a idosos (Campanha Catarata) e a
escolares (Campanha Olho no Olho).

1 Titular e emérito da cadeira no 21 da Academia de Medicina de São Paulo, cujo patrono é
Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.

Dentre os prêmios recebidos salientam-se: prêmio Prevenção da Cegueira e
homenagem pela participação na Campanha Nacional de Reabilitação Visual do Idoso
(FMUSP, 1994); prêmio do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO, 1994; e de
melhor trabalho em 2007 e em 2010); troféu Moringa (FMUSP, 1994); prêmio Pesquisa
Básica (FMUSP, 1995); grande prêmio Baush & Lomb (FMUSP, 1996); prêmio
Oswaldo Cruz 2 no XV (1996) e no XVI (1997, 4o colocado) Congresso Médico Universitário da FMUSP; e prêmio Região Sul (1997).
Dentre as homenagens recebidas citam-se: homenagem da Sociedade Brasileira
de Lentes de Contato e Córnea (1995); convidado de honra do I Congresso
Oftalmológico do Mercosul (1996); cidadão campineiro (1996); homenagem do
International Council for Education of People with Visual Impairment (Icevi, 1997);
reconhecimento da Associación Panamericana de Oftalmología (1997); homenagem
dos residentes do 2o ano da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (1997); distinção
pelo árduo trabalho em favor da prevenção da cegueira (1997); alta estima e
consideração da Câmara Municipal de Campinas (1998); homenagem da disciplina de
oftalmologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp, 1998); e homenagem
em Amsterdam (1998).
Newton Kara José publicou 181 trabalhos científicos em revistas
do Brasil e do exterior; 76 capítulos em livros; e 198 resumos em anais de congressos.
Apresentou 12 trabalhos em congressos e organizou oito campanhas.
Participou de 223 congressos, simpósios e jornadas e esteve na organização de
outros 58. Por 414 vezes ministrou aulas e atuou como coordenador ou moderador de
mesas-redondas.
Participou de diversas bancas examinadoras, sendo 19 de doutorado; quatro de
livre-docência; uma de professor titular; e quatro de concursos públicos. Orientou 21
teses de doutorado.

São de sua lavra as seguintes obras: Lentes de Contato na Clínica
Oftalmológica (em coautoria com Cleusa Coral Ghanem, 1995); Córnea – Clínica
Cirúrgica (em coautoria com Rubens Belfort Jr. 3, 1996); Olho e a Visão (em coautoria
com Milton Ruiz Alves, 1996); Prevenção da Cegueira por Catarata (em coautoria
com Carlos Eduardo Leite Arieta e Milton Ruiz Alves, 1996): Mitos e Verdades –
Olhos (em coautoria com Regina Carvalho de Salles Oliveira, 1997); Conjuntiva
Cirúrgica (em coautoria com Milton Ruiz Alves, 1999); Manual de Orientação –
Campanha Nacional de Reabilitação Visual (em coautoria com Milton Ruiz Alves,
1999); Entendendo a Baixa Visão – Orientação aos Professores (em coautoria com
Marcos Wilson Sampaio e Milton Ruiz Alves, 2000); Senilidade Ocular (em coautoria
com Geraldo Vicente de Almeida, 2001); Baixa Visão na Infância – Manual Básico
para Oftalmologistas (em coautoria com Maria Aparecida Onuki Haddad e Marcos
Wilson Sampaio, 2001); Manual da Boa Visão Escolar – Solucionando Dúvidas
sobre o Olho e a Visão (em coautoria com Regina Carvalho de Salles Oliveira e Carlos
Eduardo Leite Arieta, 2001); Auxílio para Baixa Visão (em coautoria Maria Aparecida

2 Oswaldo Gonçalves Cruz é o patrono da cadeira no 99 da Academia de Medicina de São Paulo.
3 Rubens Belfort Mattos Júnior e membro honorário da Academia de Medicina de São Paulo.

Onuki Haddad e Marcos Wilson Sampaio, 2001); Lentes de Contato – Manual do
CBO (em coautoria com Cleusa Coral Ghanem, 2003); Contact Lenses in Ophthalmic
Practice (em coautoria com Mark J. Manis, Karla Zadnik e Cleusa Coral Ghanem,
2003); Lentes de Contato na Clínica Oftalmológica (em coautoria com Cleusa Coral
Ghanem, 2005); Manual da Boa Visão do Escolar – Projeto Menina dos Olhos –
Olho no Olho de Guarulhos (em coautoria com Regina de Souza Carvalho e Carlos
Eduardo Leite Arieta, 2006); e Olho no Olho – Campanha Nacional de Prevenção à
Cegueira e Reabilitação Visual do Escolar (em coautoria com Elisaberto Ribeiro
Gonçalves e Regina de Souza Carvalho, 2006).
Newton Kara José ingressou na Academia de Medicina de São Paulo em 23 de
março de 1983, galgando a condição de membro honorário desse sodalício.

Fonte: site da Academia Paulista de Medicina
www.academiamedicinasaopaulo.org.br

Pedro da Silva Nava

05/06/190301/02/1984

Pedro Nava (1903-1984) foi um médico, escritor, poeta e memorialista brasileiro. Sua obra autobiográfica capta o espírito de sua época e traça um painel da cultura brasileira do século XX.
Pedro da Silva Nava (1903-1984) nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, no dia 5 de junho de 1903. Filho do médico cearense José Pedro da Silva Nava e da mineira Diva Mariana Jaguaribe Nava, estudou no Colégio Andrés, em Juiz de Fora. Em 1911, muda-se com a f amília para o Rio de Janeiro. No dia 30 de julho fica órfão de pai. Nesse mesmo ano, volta com a mãe e os irmãos para Juiz de Fora. Em 1913 muda-se para Belo Horizonte, onde ingressa no Ginásio Anglo- Brasileiro.
Em 1916, Pedro vai viver no Rio de Janeiro, na casa de seus tios Antônio e Alice Sales. Matricula-se no Curso de Humanidades do Colégio Pedro II, onde se forma em 1920. Em 1921, retorna para Belo Horizonte, onde ingressa no curso De Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais.
Desde jovem, Pedro Nava já mostrava seu talento literário e também artístico como hábil desenhista. Seus primeiros poemas surgiram na década de 20, quando fazia parte do “Grupo do Estrela”, que era formado por jovens que estudavam em Belo Horizonte, como Carlos Drummond, Milton Campos, Cyro dos Anjos, entre outros, que introduziu o Modernismo em Minas Gerais. Primo de Rachel de Queiroz, durante a agitação modernista em Minas, conheceu Oswald de Andrade, Mario de Andrade e Tarsila do Amaral.
Pedro Nava trabalhou na Secretaria de Saúde e Assistência do Estado de Minas Gerais. Colaborou com “A Revista”, publicação do grupo modernista mineiro. Em 1928 ilustrou a obra Macunaíma de Mário de Andrade. Em 1928, depois de formado, passou a se dedicar quase que exclusivamente à profissão. Em 1933 muda-se para o Rio de Janeiro. Foi membro da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, foi livre docente na Universidade do Brasil, foi diretor do Hospital Carlos Chagas, membro do Conselho Editorial da Revista Médica Municipal, membro do Instituto Brasileiro de História da Medicina. Em 1943, casa-se com Antonieta Penido.
Em 1946, teve alguns poemas recolhidos por Manuel Bandeira e publicados na Antologia de Poetas Brasileiros Bissextos. Mas foi só com a publicação tardia de “Baú de Ossos” (1972) que Pedro Nava se uniu aos demais escritores. Esse seria o primeiro dos sete livros que formariam sua obra e recriaria o gênero literário de memórias no Brasil. Em “Baú de Ossos”, quando estava com quase 70 anos, com um toque de poesia, graça e ironia, Nava reconta a trajetória de sua numerosa família desde pelo menos a chegada ao país de um pioneiro vindo da Itália, e fala extensivamente de seus ramos mineiro e nordestino.
Seus sete volumes são sobretudo um vasto emaranhado de quse um século de riquíssima vida nacional. Cada volume subsequente contribuiu para projetá-lo ainda mais como importante memorialista. Em “Balão Cativo” (1973), que se desenrola em boa parte na então capital, Rio de Janeiro, o escritor se ocupa da infância e da trajetória escolar. Escreveu ainda: “Chão de Ferro” (1976), “Beira Mar” (1978), “Galo-das-Trevas” (1981), “O Círio Perfeito” (1983) e “Cera das Almas”, que deixou inacabado ao se suicidar com um tiro na cabeça após receber um telefonema misterioso. A obra foi publicada postumamente em 2006.
Pedro Nava faleceu no Rio de Janeiro, no dia 13 de maio de 1984.

Pedro Salomão José Kassab

17/05/193015/09/2009

Helio Begliomini1
Pedro Salomão José Kassab nasceu no dia 17 de maio de 1930. Era o mais novo
filho de uma família de nove irmãos, um dos quais não chegou a conhecer em virtude de
falecimento.
Na infância e adolescência (1938 a 1944) participou do grupo teatral amador
dirigido por Afonso F. Cúrcio e mantido na Igreja do Calvário dos padres sionistas.
Aos 17 anos foi um dos primeiros colocados no exame para ingresso na
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Seu liame com a
educação sempre permeou sua atividade médica. Logo após seu ingresso, lecionou no
curso preparatório para o vestibular do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz da FMUSP e,
durante dez anos, lecionou física no Curso Di Túlio. Ao término do curso de medicina
prestou serviços no CPOR – Centro de Preparação de Oficiais da Reserva e começou a
namorar sua futura esposa, a professora Yacy Palermo, com quem veio a se casar no
final de 1953, no mesmo ano em que obteve a conclusão do serviço militar e a
graduação em medicina.
Enquanto acadêmico participou de 1949 a 1951 das Ligas de Combate àTuberculose, à Sífilis e ao Câncer. Trabalhou na 3a Clínica Cirúrgica sob a chefia doilustre professor Benedicto Montenegro2, assim como na disciplina de técnica cirúrgica
e cirurgia experimental chefiada pelo professor Eurico da Silva Bastos3. Colaborou também como voluntário durante cerca de um ano e meio na Enfermaria de Cirurgia da
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; e de 1952 a 1953 com o dr. Américo Rufino
na Associação Paulista de Combate ao Câncer.
Enquanto fazia residência médica, continuava dando aulas.
Pedro Kassab e Yacy Palermo tiveram sete filhos: Pedro, Sérgio, Márcia,
Renato, Gilberto4, Marcos e Cláudio; e 10 netos: Pedro, Cláudia, Fernando, Ana Paula,
Ana Laura, Victoria, Lucas, Luiz Victor, Marcos e Vivian. Seus filhos estudaram em
instituições famosas da capital como o Liceu e a Universidade de São Paulo. Gostava de
dizer que sua família era “unida, simples, discreta e 100% paulistana”.
No início de 1957, aos 26 anos, foi convidado pelo ilustre professor Antônio de
Almeida Prado5 para assumir a direção geral do Liceu Pasteur, sucessor do Liceu
Franco-Brasileiro de São Paulo. Dirigiu essa instituição por mais de 50 anos, até o final
de sua vida, e nela imprimindo um paradigma de estabelecimento de ensino. Pelo seu
trabalho à frente dessa escola recebeu diversas homenagens da França, inclusive a
Legião de Honra.
Com relação à educação assim se expressava: “A educação tudo permeia. É base
para a evolução e o desenvolvimento individual, familiar, das comunidades e das
nações. A formação de pessoas conscientes, competentes, hábeis e dedicadas,
responsáveis por seus atos é essencial não só para a evolução das ciências,
possibilitando novas descobertas e intervenções, mas também para sua multiplicação,
ensino e divulgação. Quanto mais educadas as pessoas, haverá melhor aprendizagem,
mais preparação para o trabalho, mais saúde, menos desvios de conduta, mais cultura
e melhor convívio social”.
Pedro Kassab era um leitor voraz, dono de prodigiosa memória e meticuloso no
uso do vernáculo. Trabalhou também como responsável pela secção de biologia e
medicina do jornal A Folha de S. Paulo (1956-1959). Foi professor de Estudos
Brasileiros nos primeiros anos de implantação do Curso de Pós-Graduação em
Administração Hospitalar e de Saúde, mantido pela Fundação Getúlio Vargas e pelo
Hospital das Clínicas da FMUSP, sendo escolhido paraninfo da primeira turma e
homenageado pelas seguintes (1974-1978).
Ainda sobre a educação assim se expressou: “A formação e a preservação do
caráter merecem ações na infância, na juventude e sempre. Sua essência vincula-se à
verdade no pensar, no dizer e no fazer”.
Pedro Kassab foi secretário-geral (1963-1969) e presidente (1969-1981) da
Associação Médica Brasileira (AMB) por seis mandatos consecutivos! Durante a sua
segunda gestão, em maio de 1973, foi adquirida a atual sede da entidade. Em 1976 foi
eleito presidente da Associação Médica Mundial e, em seguida, eleito presidente do
Conselho de Ética Médica.
Foi membro das seguintes entidades: Conselho Deliberativo da Casa da Cultura
Francesa – Aliança Francesa de São Paulo, chegando a vice-presidente; Ordem dos
Velhos Jornalistas de São Paulo; Academia de Medicina de São Paulo (honorário);
Associação Paulista de Fundações; Conselho Estadual de Educação (desde 2003, sendo
eleito presidente para o biênio 2006-2007); Fundação Educacional Inaciana Padre também como voluntário durante cerca de um ano e meio na Enfermaria de Cirurgia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; e de 1952 a 1953 com o dr. Américo Rufino na Associação Paulista de Combate ao Câncer.
Enquanto fazia residência médica, continuava dando aulas.
Pedro Kassab e Yacy Palermo tiveram sete filhos: Pedro, Sérgio, Márcia,
Renato, Gilberto4, Marcos e Cláudio; e 10 netos: Pedro, Cláudia, Fernando, Ana Paula,
Ana Laura, Victoria, Lucas, Luiz Victor, Marcos e Vivian. Seus filhos estudaram em
instituições famosas da capital como o Liceu e a Universidade de São Paulo. Gostava de
dizer que sua família era “unida, simples, discreta e 100% paulistana”.
No início de 1957, aos 26 anos, foi convidado pelo ilustre professor Antônio de
Almeida Prado5 para assumir a direção geral do Liceu Pasteur, sucessor do Liceu
Franco-Brasileiro de São Paulo. Dirigiu essa instituição por mais de 50 anos, até o final
de sua vida, e nela imprimindo um paradigma de estabelecimento de ensino. Pelo seu
trabalho à frente dessa escola recebeu diversas homenagens da França, inclusive a
Legião de Honra.
Com relação à educação assim se expressava: “A educação tudo permeia. É base
para a evolução e o desenvolvimento individual, familiar, das comunidades e das
nações. A formação de pessoas conscientes, competentes, hábeis e dedicadas,
responsáveis por seus atos é essencial não só para a evolução das ciências,
possibilitando novas descobertas e intervenções, mas também para sua multiplicação,
ensino e divulgação. Quanto mais educadas as pessoas, haverá melhor aprendizagem,
mais preparação para o trabalho, mais saúde, menos desvios de conduta, mais cultura
e melhor convívio social”.
Pedro Kassab era um leitor voraz, dono de prodigiosa memória e meticuloso no
uso do vernáculo. Trabalhou também como responsável pela secção de biologia e
medicina do jornal A Folha de S. Paulo (1956-1959). Foi professor de Estudos
Brasileiros nos primeiros anos de implantação do Curso de Pós-Graduação em
Administração Hospitalar e de Saúde, mantido pela Fundação Getúlio Vargas e pelo
Hospital das Clínicas da FMUSP, sendo escolhido paraninfo da primeira turma e
homenageado pelas seguintes (1974-1978).
Ainda sobre a educação assim se expressou: “A formação e a preservação do
caráter merecem ações na infância, na juventude e sempre. Sua essência vincula-se à
verdade no pensar, no dizer e no fazer”.
Pedro Kassab foi secretário-geral (1963-1969) e presidente (1969-1981) da
Associação Médica Brasileira (AMB) por seis mandatos consecutivos! Durante a sua
segunda gestão, em maio de 1973, foi adquirida a atual sede da entidade. Em 1976 foi
eleito presidente da Associação Médica Mundial e, em seguida, eleito presidente do
Conselho de Ética Médica.
Foi membro das seguintes entidades: Conselho Deliberativo da Casa da Cultura
Francesa – Aliança Francesa de São Paulo, chegando a vice-presidente; Ordem dos
Velhos Jornalistas de São Paulo; Academia de Medicina de São Paulo (honorário);
Associação Paulista de Fundações; Conselho Estadual de Educação (desde 2003, sendo
eleito presidente para o biênio 2006-2007); Fundação Educacional Inaciana Padre também como voluntário durante cerca de um ano e meio na Enfermaria de Cirurgia da
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; e de 1952 a 1953 com o dr. Américo Rufino
na Associação Paulista de Combate ao Câncer.
Enquanto fazia residência médica, continuava dando aulas.
Pedro Kassab e Yacy Palermo tiveram sete filhos: Pedro, Sérgio, Márcia,
Renato, Gilberto4, Marcos e Cláudio; e 10 netos: Pedro, Cláudia, Fernando, Ana Paula,
Ana Laura, Victoria, Lucas, Luiz Victor, Marcos e Vivian. Seus filhos estudaram em
instituições famosas da capital como o Liceu e a Universidade de São Paulo. Gostava de
dizer que sua família era “unida, simples, discreta e 100% paulistana”.
No início de 1957, aos 26 anos, foi convidado pelo ilustre professor Antônio de
Almeida Prado5 para assumir a direção geral do Liceu Pasteur, sucessor do Liceu
Franco-Brasileiro de São Paulo. Dirigiu essa instituição por mais de 50 anos, até o final
de sua vida, e nela imprimindo um paradigma de estabelecimento de ensino. Pelo seu
trabalho à frente dessa escola recebeu diversas homenagens da França, inclusive a
Legião de Honra.
Com relação à educação assim se expressava: “A educação tudo permeia. É base
para a evolução e o desenvolvimento individual, familiar, das comunidades e das
nações. A formação de pessoas conscientes, competentes, hábeis e dedicadas,
responsáveis por seus atos é essencial não só para a evolução das ciências,
possibilitando novas descobertas e intervenções, mas também para sua multiplicação,
ensino e divulgação. Quanto mais educadas as pessoas, haverá melhor aprendizagem,
mais preparação para o trabalho, mais saúde, menos desvios de conduta, mais cultura
e melhor convívio social”.
Pedro Kassab era um leitor voraz, dono de prodigiosa memória e meticuloso no
uso do vernáculo. Trabalhou também como responsável pela secção de biologia e
medicina do jornal A Folha de S. Paulo (1956-1959). Foi professor de Estudos
Brasileiros nos primeiros anos de implantação do Curso de Pós-Graduação em
Administração Hospitalar e de Saúde, mantido pela Fundação Getúlio Vargas e pelo
Hospital das Clínicas da FMUSP, sendo escolhido paraninfo da primeira turma e
homenageado pelas seguintes (1974-1978).
Ainda sobre a educação assim se expressou: “A formação e a preservação do
caráter merecem ações na infância, na juventude e sempre. Sua essência vincula-se à
verdade no pensar, no dizer e no fazer”.
Pedro Kassab foi secretário-geral (1963-1969) e presidente (1969-1981) da
Associação Médica Brasileira (AMB) por seis mandatos consecutivos! Durante a sua
segunda gestão, em maio de 1973, foi adquirida a atual sede da entidade. Em 1976 foi
eleito presidente da Associação Médica Mundial e, em seguida, eleito presidente do
Conselho de Ética Médica.
Foi membro das seguintes entidades: Conselho Deliberativo da Casa da Cultura
Francesa – Aliança Francesa de São Paulo, chegando a vice-presidente; Ordem dos
Velhos Jornalistas de São Paulo; Academia de Medicina de São Paulo (honorário);
Associação Paulista de Fundações; Conselho Estadual de Educação (desde 2003, sendo
eleito presidente para o biênio 2006-2007); Fundação Educacional Inaciana Padre Sabóia de Medeiros, mantenedora do Centro Universitário da FEI – Faculdade de Engenharia Industrial (diretor e vice-presidente); Conselho Federal de Medicina (1969-1974); Conselho Nacional de Saúde (1974-1978); Conselho dos Curadores da Fundação Antônio Prudente (desde 1974); Conselho de Economia, Sociologia e Política da
Federação do Comércio do Estado de São Paulo (1978); Conselho de Ética de
Autorregulamentação Publicitária – Conar, desde seu início em 1980 e, recebendo no
25o aniversário dessa instituição, o título de sócio honorário; Conselho Curador da
Fundação Antônio Prudente, mantenedora do Hospital do Câncer A. C. Camargo;
Conselho Consultivo do CIEE – Centro de Integração Empresa-Escola (honorário); e
Academia Paulista de Educação, ingressando em 20/4/2004, na cadeira no
35 sob o patrono de Newton de Almeida Mello. Em 2009 foi eleito membro da cadeira no
25 da Academia Paulista de Letras, na vaga deixada pelo geneticista Crodowaldo Pavan,
falecendo, contudo, pouco antes de sua posse solene.
No dizer de Ives Gandra da Silva Martins, renomado advogado e jurista
brasileiro, Pedro Kassab “era uma pessoa cordata, serena, precisa na busca das soluções;
sem julgamentos precipitados sobre o caráter das pessoas e os acontecimentos em geral,
mas profundamente leal aos compromissos assumidos e às pessoas com quem mantinha
relações de cordialidade e apreço”.
Dentre as homenagens recebidas salientam-se a Ordem Nacional do Mérito
França e Brasil e a medalha do Mérito Acadêmico conferida pela Escola Paulista de
Magistratura, além de honrarias de governos estaduais e municipais.
Pedro Kassab tinha o hábito de acordar bem cedo e sua casa, localizada próximo
à Praça Pan-Americana, era alegre, movimentada, repleta de árvores e animais
domésticos (cães, gatos e pássaros). A família unida frequentava o Clube Pinheiros e,
nas férias, a preferência era a cidade de Santos.
Dizia que “as famílias são, certamente, os pilares da convivência harmoniosa e
da paz. Com idêntica convicção e partindo de fundamentos análogos aos da família,
somos levados a reafirmar a precedência axiomática da educação, no conjunto das
ações humanas. Essa verdade prescinde de demonstração. A educação é, de fato, a
coluna mestra da vida.”
Gostava de ficar em casa nos finais de semana com a família, quando mais de 20
participantes se reuniam no almoço de domingo. Esmerava-se em ajudar sua esposa a
preparar os aperitivos e a mesa, além de contar histórias que atraíam a atenção dos
presentes. Também aos domingos, às vezes trabalhava um pouco; recebia e visitava
amigos ou jogava xadrez com os filhos. Tinha como passatempo fazer palavras
cruzadas, assistir a um filme de faroeste ou jogo de futebol ou, ultimamente, se entreter
com o quebra-cabeça sudoku. Torcia para o São Paulo Futebol Clube e dizia: “Todos
aqui em casa têm São Paulo nas veias e nas artérias”.
Seu filho, Gilberto Kassab, dizia que “ele gostava da família, não apenas da
nossa família, mas da família como instituição, de todas as famílias”; que “ele
acreditava em Deus, ainda que achasse que a fé na existência de Deus não poderia ser
explicada por métodos científicos”; e que “ao longo de toda sua vida, destacou-se pela
atenção que dispensava às pessoas. Ele era justo, amoroso… uma dezena de adjetivos
não seriam suficientes para descrevê-lo”.
Pedro Salomão José Kassab faleceu na cidade de São Paulo, aos 79 anos, no dia
15 de setembro de 2009, enquanto se recuperava de uma cirurgia cardíaca realizada uma
semana antes.

Raphael de Paula Souza

Raphael de Paula Souza

José Rozemberg
Bol. Pneumol. Sanit. v.7 n.1 Rio de Janeiro jun. 1999

Em 2 de junho último, aos 97 anos de idade, extinguiu-se a preciosa vida de Raphael de Paula Souza. Na história da luta antituberculosa no País, ele foi sem dúvida uma das maiores expressões pela sua aguda visão de enfrentar a tuberculose de forma global, desenvolvendo um hercúleo trabalho de âmbito nacional com o precário armamento então disponível na época anterior à moderna quimioterapia: Acrescente-se o entrave de seu alto custo porque o alicerce do projeto era um elevado número de leitos para o isolamento e o prolongado tratamento dos pacientes. Uma idéia da dramaticidade da epidemia tuberculosa na fase em que Paula Souza dirigiu sua luta é fornecida pelo fato que na década dos anos 40, a mortalidade tuberculosa era de 150 a 500 por 100.000 habitantes na maioria das capitais brasileira.

A decisão de Raphael de Paula Souza, de se especializar em Tuberculose, decorreu da circunstância de ter sido acometido pela doença durante sua formação universitária no Rio de Janeiro. Transferiu-se para a Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, cidade que com clima ameno era considerada propícia para o seu tratamento. Convivendo com colegas doentes e influenciado por professores que também sofreram do mesmo mal, optou por empenhar-se na luta contra a Tuberculose, abandonando a idéia inicial de se dedicar à ciência pura. Essa decisão tornou-se mais imperiosa, ao chegar a Campos do Jordão, estância climatérica com a mística do ar da montanha. Ao lado dos tuberculosos ricos ou remediados nos sanatórios, legiões de doentes indigentes ali aportavam, muitos deles “despachados” de suas cidades, pelas autoridades municipais ou pelos delegados de polícia, com apenas a passagem no bolso.

Chegavam com formas extensas caseosas desbarrancando os pulmões e vastas adenomegalias mediastinais e abdominais, caquéticos em fase terminal; permaneciam estendidos no chão da estação ferroviária e ali morriam: o número de leitos era precário. Vivendo esse quadro dantesco, mais lhe amadureceu a necessidade de uma política sanitária de âmbito nacional, para pelo menos minorar essa situação. Atuando e clinicando na estância foi convidado a dirigir o então importante Sanatório de São Paulo. Resolveu primeiro aprimorar-se em Paris onde freqüentou o Curso de Aperfeiçoamento em Tuberculose do renomado Prof. Leon Bernard. Assim aprofundou sua formação tisiológica e assimilou a importância social, sanitária e toda a complexa problemática do enfrentamento da tuberculose. Espírito inquieto, interessado nos diversos ramos da atividade humana, impregnou-se com a universalidade da cultura francesa, a qual tanto influenciou sua personalidade. Retornando a Campos do Jordão assumiu a direção do Sanatório São Paulo, pondo em prática seus conhecimentos técnico-administrativos, consolidando sua verdadeira vocação. Essa fase lhe foi proveitosa ainda pelo aspecto da solidariedade humana, pois como sempre relembrava, aprendeu, como os demais tisiólogos, a se integrar com a vida dos pacientes, compartilhando de seus dramas e sofrimentos, pela estreita convivência durante o longo tempo de tratamento. Em decorrência concretizou um dos seus projetos que era da ereção de um conjunto de hospitais de construção modesta de baixo custo para atender a grande demanda de doentes indigentes. Assim presidiu a Associação de Sanatórios Populares, conhecida como “Sanatorinhos”. Formou grande equipe de colaboradores, desenvolvendo notável trabalho médico – assistencial.

Pertencente a tradicional família paulista, retornou a São Paulo em 1933. Além da clínica privada atuou nos serviços do então Instituto de Higiene, fundado pelo seu primo Geraldo de Paula Souza o qual muito contribuiu para o desenvolvimento de saúde pública de São Paulo. Transformando o Instituto, na Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo, foi nomeado catedrático de tisiologia e por duas vezes foi diretor da Faculdade. Direcionou o ensino da tuberculose sempre conectando a clínica com a epidemiologia e as medidas de controle da doença. Fez notória escola, tornando seus assistentes, nomes conhecidos na tisiologia. Plantou marcantes diretrizes que repercutiram no ensino da tuberculose naquela faculdade, tornando a cátedra um atrativo para os notáveis professores que o sucederam.

Em 1945, Paula Souza abandonou sua rendosa clínica e as funções universitárias atendendo ao convite do Ministério da Saúde para dirigir o Serviço Nacional de Tuberculose no Rio de Janeiro. Convicto que poderia afinal expandir seu pendor de sanitarista, aceitou o cargo, solicitando e obtendo autonomia de ação com verbas específicas para o seu projeto de instituição de uma campanha de âmbito nacional contra a tuberculose. Com sua larga visão dirigiu e orientou a implementação da referida campanha. Fato significativo foi que por primeira vez o combate à tuberculose passou a contar com recursos substanciais com total liberdade de sua aplicação. O projeto objetivava um conjunto integrado de medidas de profilaxia e assistência, de ensino e ação social alcançando todo o país com maior ênfase nas áreas de maior incidência da tuberculose. Projeto custoso porque alicerçado na construção de apreciável rede hospitalar para suprir aflitiva carência de leitos.

Ajustadas as linhas básicas do trabalho institui-se oficialmente em 1946 a Campanha Nacional Contra a Tuberculose (CNCT), tornando-se seu primeiro superintendente. Os hospitais da campanha eram de construção econômica e baixo custo de manutenção. Multiplicaram-se os dispensários que progressivamente passaram a se integrar nos centros de saúde. A abreugrafia de massa constituiu a base para a descoberta precoce dos casos de tuberculose. Em suma, foram postos em ação todos os procedimentos então disponíveis para o controle da doença. Atenção paralela foi dada à formação de recursos humanos, com a multiplicação de cursos, estágios e bolsas oferecidas aos Estados. Formaram-se médicos, enfermeiros, visitadores sanitários, bacteriologistas, radiologistas e outros técnicos, com ênfase no aspecto médico-sanitário da tuberculose, no seu caráter acentuadamente social, atingindo prioritariamente a população mais carente. Ampliou-se assim, substancialmente a área do ensino que já vinha sendo promovida por centros oficiais e privados e pelas cátedras de tisiologia nas escolas médicas criadas em 1946 por lei federal. Criou-se o Dispensário Escola sediado à rua do Resende no Rio de Janeiro para servir de campo prático dos cursos da Campanha. Neste, militaram eminentes tisiólogos, entre eles Manoel de Abreu, que ali instalou o famoso serviço de abreugrafia. A CNCT firmou convênios com governos estaduais e municipais, com institutos médico-científicos, cátedras de tisiologia e com organismos como a Sociedade Brasileira de Sociedades de Tuberculose que englobava as Ligas de Tuberculose. Todas essas medidas foram fundamentais para implementação da Campanha e a normatização de técnicas e procedimentos no combate à tuberculose. A Campanha contou com a cooperação direta de apreciável contigente de destacados tisiólogos. Um parêntesis para citar que a esposa de Paula Souza foi sua dedicada colaboradora criando a Ala Feminina Auxiliar de Luta Contra a Tuberculose, com atuação social nos hospitais e junto aos doentes em geral.

Na história da luta contra a tuberculose no Brasil, a CNCT representou marco saliente pela sua abrangência, mobilizando todas as forças disponíveis, em fase ingrata pelos recursos profiláticos precários, e por ter conseguido, fenômeno incomum, o apoio integral dos tisiólogos, que eram numerosos, e de muitos sanitaristas, todos integrados na verdadeira cruzada contra a tuberculose.

Deixando, em 1951 a direção do Serviço Nacional de Tuberculose e a superintendência da CNCT, Paula Souza reassumiu a cátedra na Faculdade de Saúde Pública e ocupou vários cargos oficiais, entre eles a Divisão dos Serviços de Tuberculose da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

Paula Souza envolveu-se em duas polêmicas científicas. Uma foi com os defensores do clima como fator de cura da tuberculose; ressaltando que os doentes podiam ser tratados inclusive nos centros urbanos, negando qualquer importância do clima, a diretriz para a construção dos hospitais pela Campanha foi somente de atender as áreas de maior incidência da doença. A outra polêmica foi sobre o BCG, portanto diretamente com Arlindo de Assis e por extensão com os integrantes da então chamada escola brasileira de BCG. Questionava o valor profilático do BCG e ainda mais o método oral, apontando falhas na conservação da vacina. Com o ocorrer dos anos estabeleceu-se que os principais pontos de divergência, eram de natureza operacional. Aliás, em nenhum momento pensou em tomar atitude de suspender o programa de vacinação em massa em desenvolvimento no país.

Paula Souza militou em todos os congressos brasileiros de tuberculose, do primeiro até os realizados na década dos anos 80. Em todos os seus trabalhos publicados ressaltou a constante preocupação com o controle da tuberculose no país, avaliando os aspectos institucionais, a problemática epidemiológica da tuberculose, e a formulação de políticas de saúde para seu combate.

Recebeu inúmeras homenagens, entre elas as premiações conferidas pela Academia Nacional de Medicina, e pela Sociedade Brasileira de Tuberculose, assim como a decisão do Serviço Nacional de Tuberculose de conferir seu nome ao sanatório de Curicica e sua efígie em bronze no Centro de Referência Hélio Fraga perpetuando o culto à sua memória.

Raphael de Paula Souza, dedicou toda a sua existência ao ideal ao qual serviu com unção religiosa, que foi sua luta contra a tuberculose. Nesta, seu nome está inscrito de forma indelével.

Há mais de dois séculos, Jean Jacques Rousseau, desenvolveu notável documento sobre o homem a serviço da sociedade, cujo conteúdo pode ser sintetizado no seguinte conceito “O Homem só existe quando é útil à humanidade”. Neste contexto Raphael de Paula Souza sempre existiu e continuará existindo como paradigma às futuras gerações de médicos.

Fonte: Revista Scielo – http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-460X1999000100010