Início Cadeira 83 Carlos Alberto Pires de Sá

Carlos Alberto Pires de Sá

É o patrono da .

Nasceu Carlos Alberto Pires de Sá em São João del Rey, Província de Minas Gerais, no dia 21 de novembro de 1887, tendo por pais Paulo Freitas de Sá e Porfíria Pires de Sá.
Diplomou-se médico, em 1910, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e defendeu tese de doutoramento com o título “Ligamentopexia – Tratamento Cirúrgico dos retro-desvios uterinos”, em 1911.
No dia 28 de junho de 1911 foi o primeiro médico nomeado por decreto para o cargo de médico-legista da Polícia em Belo Horizonte. Instalou o gabinete médico-legal em um prédio na Rua da Bahia, na esquina com Bernardo Guimarães, hoje tombado pelo Patrimônio, em cujo andar superior realizava perícias no vivo e, no inferior, residia o Chefe de Polícia.
Ainda em 1911 foi convidado para organizar o Corpo de Saúde da Força Pública de Minas Gerais, do qual foi chefe, e nomeado no posto de Major. Nesse mesmo ano iniciou a construção do primeiro Hospital Militar, sendo deste o diretor. Criou também o Serviço Odontológico da corporação.
Deu provas cabais de sua capacidade administrativa nos empreendimentos aos quais se dedicou tanto na Polícia Civil quanto na Força Pública, atual Polícia Militar.
Foi o primeiro candidato a habilitar-se à docência-livre na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, em julho de 1915, tendo sido aprovado para Clínica Obstétrica e Ginecológica que funcionava na Maternidade Hilda Brandão, onde foi Assistente do professor Hugo Werneck.
Em 1917 foi empossado como Professor Substituto da Cadeira de Clínica Obstétrica e Ginecológica da Faculdade e, em 1918, por desmembramento na Cadeira assumiu a de Obstetrícia.
Era muito hábil tanto na cirurgia quanto como Obstetra ou ainda nas necropsias, de tal forma que mereceu do Professor Otaviano de Almeida o comentário: “estou ainda incerto de saber qual dos departamentos das ciências médicas ele conhece melhor”.
Deixou marcas de sua categoria profissional; suas aulas eram tão brilhantes, claras, objetivas e cativantes, que, em reconhecimento, os médicos diplomados em 1923 o elegeram paraninfo.
Foi catedrático por apenas seis anos, tendo pedido exoneração da Cátedra e se transferido para o Rio de Janeiro em abril de 1924.
Prestaram-lhe calorosa homenagem com um banquete de despedida oferecido por colegas e amigos do seu convívio social.
Foi uma perda para Belo Horizonte e, sobretudo, para a medicina brasileira, pois o Professor Carlos Alberto Pires de Sá deixou-as para sempre, dedicando-se ao comércio exportador. Costumava dizer: “deixei aquilo tudo e vim ser caixeiro cá em baixo”.
Nos arquivos do Instituto Médico-Legal da capital mineira não ficaram cópias de laudos elaborados nem de documentos ou expedientes assinados pelo mestre. Na divisão de Arquivo da Polícia Civil não resta sequer à pasta funcional do servidor. Entretanto, no Arquivo Público Mineiro o ato de sua posse está redigido em livro próprio com a sua assinatura e a do empossante, Sr. Hermano Lott.
Faleceu em 7 de abril de 1947 sem nunca ter esquecido o seu tempo de médico em Belo Horizonte, e por extrema coincidência esta data é o dia nacional do médico-legista.

Texto: Christobaldo Motta de Almeida

Ocupantes da Cadeira 83

Carlos Alberto Pires de Sá

21/11/1887 07/04/1947

Hermínio Ferreira Pinto

Posse: 10/05/1971 - 02/04/1987

Marcelo Barroca Campos Christo

Posse: 24/10/1989 - 02/04/2005

José Carlos de Campos Christo Filho

Posse: 30/08/2005 - 19/11/2013

José Márcio Ribeiro

Posse: 05/04/2019 - atualmente
Cadeira anterior Cadeira 82
Próxima Cadeira Cadeira 84